Jornal Correio Braziliense

Cidades

Comércio: trabalhadores vendem a primeira refeição do dia e mostram dom

Um bom negócio no café da manhã, mas a falta de formalização atrapalha a atividade


A rotina de trabalho de Vanira Alcântara, 37 anos, começa bem antes de o sol raiar. Às 3h, acorda para fazer litros e mais litros de café, que armazena em grandes garrafas térmicas. Com o auxílio do marido e do filho, enche caixas de isopor com bolos ; feitos no dia anterior ;, salgados, pães de queijo e mistura para tapioca. Uma vez que tudo fica pronto, ela deixa a casa na Estrutural, de carro, para ir vender café da manhã no Sudoeste. Em uma mesa montada numa rua do bairro, ela expõe os quitutes e, das 6h às 9h30, atende quem passa pelo local.

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Todos os dias, é possível ver numerosos ambulantes como ela nos quatro cantos do DF ; nem o Sebrae, nem o governo possuem dados exatos ;, servindo café da manhã em calçadas e paradas de ônibus. A maioria dos vendedores não é formalizada, mas atrai vasta clientela com os preços baixos. A rotina é bem pesada. É necessário madrugar e dedicar muitas horas à preparação dos produtos, com lucros não tão grandes. ;Por dia, ganho R$ 140. Se tirar o custo dos materiais, sobram apenas R$ 40;, diz Vanira. Para boa parte deles, é a única fonte de renda.

É o caso de Francisca Maria da Silva, 53, que vende café da manhã em uma comercial da Asa Norte há 9 anos. Diariamente, acorda às 4h para se aprontar. No cardápio, oferece cuscuz, pão com ovo ou queijo, vários tipos de tapioca e bolos, além do café. ;Faço quatro litros de manhã e vou repondo à medida que precisar;, explica. O valor de um lanche na barraquinha de Francisca custa de R$ 1,50 a R$ 7, dependendo do pedido. A vendedora se encarrega de fazer a comida, e a filha a ajuda a cobrar dos clientes. Muitos são fregueses há anos. ;Escolhi este lugar porque o movimento é grande. Tem gente que já me conhece há tempo e gosta daqui por causa do bom atendimento;, acrescenta.

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