O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro foi lipoaspirado. A enorme programação competitiva dos dois últimos anos, com separação entre documentários e ficções (longas, curtas e animação), acabou afunilada, com a retirada das categorias que superpovoaram a mostra. Na verdade, a competição do festival ; com 12 curtas e seis longas que serão apresentados na 47; edição a partir de 16 de setembro ; retoma agora formato original.
Não é apenas na forma enxuta que a mostra mais antiga do país se volta a tradições. O anúncio dos filmes concorrentes, feito ontem pelo secretário de Cultura, Hamilton Pereira, e por Sara Rocha, nova diretora do evento, resgata o investimento de Brasília em cinema autoral e jovem. Nenhum nome consagrado está presente. No entanto, filmes anteriores de cineastas em início de carreira, como os pernambucanos Marcelo Pedroso (Pacific) e Gabriel Mascaro (Doméstica), aumentam a expectativa em torno do quesito qualidade.
;Muito massa;, na visão de Marcelo Pedroso, é a conjuntura dada aos longas selecionados. Lançar questionamentos, numa narrativa alegórica, é o desejo do diretor de Brasil S/A, que disputa o troféu Candango. ;Emergente, o Brasil é um país que está conquistando espaços, com demonstrações de país rico, desvinculado dos eternos aspectos periféricos. Acho que o filme traz uma visão crítica do ideário de progresso também ao abordar ainda as nossas contradições;, observa o realizador, prestes a entregar a fita que passa por ajustes na trilha sonora e em registros de efeitos especiais.
Programação
Longas-metragens
; Branco sai, preto fica (DF), de Adirley Queirós
; Brasil S/A (PE), de Marcelo Pedroso
; Ela volta na quinta (MG), de André Novais Oliveira
; Pingo d;água (PB), de Taciano Valério
; Sem pena (SP), de Eugenio Puppo
; Ventos de agosto (PE), de Gabriel Mascaro
Curtas-metragens
; B-Flat (SP), de Mariana Youssef
; Bashar (SP), de Diogo Faggiano
; Castillo y el armado (RS), de
Pedro Harres
; Crônicas de uma cidade inventada (DF), de Luísa Caetano
; Estátua! (SP), de Gabriela Amaral Almeida
; Geru (SP), de Tico Dias
; La llamada (SP), de Gustavo Vinagre
; Loja de répteis (PE), de Pedro Severien
; Luz (RJ), de Gabriel Medeiros
; Nua por dentro do couro (MA), de Lucas Sá
; Sem coração, (PE) de Nara Normande, Tião
; Vento virado (MG), de Leonardo Cata Preta
Fique ligado
47; Festival de Brasília do Cinema Brasileiro
De 16 a 23 de setembro, mostra competitiva de longas e curtas-metragens no Cine Brasília (106/107 Sul) e em outras cidades do DF. Serão exibidos 12 curtas e seis longas-metragens.
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