Os engarrafamentos vistos nessa quarta (16/7) na Esplanada dos Ministérios devem se repetir a partir das 15h30 desta quinta-feira (17/7). As mudanças no trânsito da região ocorrem por causa da 6; Reunião de Cúpula do Brics, grupo composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A Polícia Militar e o Exército desviarão o tráfego na Via S1, na altura da Catedral, para a L2 Sul, e na altura do Ministério da Saúde, para aVia N1, sentido Rodoviária do Plano Piloto. Ao todo, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal e o Comando Militar do Planalto destacaram 8,5 mil homens para o esquema de segurança. As alterações afetam, principalmente, quem trabalha nos ministérios da Saúde, da Previdência Social, do Trabalho, da Integração Nacional e da Ciência e Tecnologia.
Além dos integrantes do bloco, estão presentes no encontro representantes da União das Nações Sul-Americanas (Unasul). Ao todo, 19 chefes de Estado participam da reunião. Às 18h30, haverá mais uma alteração no trânsito, desta vez na Via N2, sentido Catedral Rainha da Paz. O Centro de Convenções Ulysses Guimarães sediará a celebração de 40 anos de relações diplomáticas entre Brasil e China. Para receber os cerca de 2,5 mil convidados, a Polícia Militar isolará a 1; faixa da via, à direita, para que os participantes parem os carros no estacionamento do estádio, e a 6;, à esquerda, para que os representantes das nações presentes possam desembarcar em frente ao prédio.
De acordo com o secretário de Segurança, Paulo Roberto Batista de Oliveira, ainda podem haver alterações imprevistas caso os chefes de Estado mudem a programação. Após o fechamento da via, quem tirar o carro do estacionamento do ministério em que trabalha não poderá mais retornar. Ontem, as alterações no trânsito causaram transtornos para funcionários públicos e terceirizados. Estagiário do Ministério da Saúde, Werter Ximenes, 16 anos, teve que andar mais para chegar ao trabalho. ;Eu moro em Planaltina. Já é difícil chegar aqui diariamente. Com o esquema de segurança, então, é muito pior. Eles fazem isso para chefes de Estado, mas como fica o cidadão comum? Na minha visão, não tinha necessidade;, reclamou.
Também funcionária do Ministério da Saúde, Amanda Mendes, 25 anos, reclamou da mobilidade na região. ;Não pudemos sair para almoçar, ou não poderíamos voltar. Perdemos parte do nosso estacionamento. Não conseguimos pedir comida, pois o entregador não conseguiria entrar de moto. É um desrespeito essa interdição. Eles não podem simplesmente fechar as seis faixas. Tem que deixar a população circular. Quantas pessoas trabalham na Esplanada e foram prejudicadas? Foi um caos para todo mundo;, revoltou-se. Helena Ximenes, copeira do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, sofreu com a falta de ônibus e com as mudanças de trânsito. ;Tive que vir de carona e, quando cheguei, a região estava tomada pela polícia. Foi pior para transitar;, afirmou.
Transtornos necessários
O secretário de Segurança explicou que os funcionários só não podem transitar pelo estacionamento próximo ao Itamaraty. ;Nossa preocupação fundamental é com os chefes de Estado. Mas temos que garantir o acesso dos funcionários aos ministérios. Por isso, a área foi fechada, ontem, somente a partir das 10h. Quem sair mais cedo, pode retornar pela N1. Ao mesmo tempo, não há problema caminhar pela Esplanada. As linhas de ônibus circularão pelos anexos, pela S2 e pela N2. Mas o cercamento é um protocolo de segurança. Tivemos que isolar aquela área, pois recebemos 19 chefes de Estado e respectivas comitivas. Não dá para fugir disso;, explicou Paulo Roberto.
A maior preocupação da Secretaria de Segurança e do Comando Militar do Planalto é a cerimônia no Centro de Convenções, que ocorrerá em horário de pico e reduzirá para quatro o número de faixas na Via N1, na altura do Estádio Nacional Mané Garrincha. ;As pessoas devem evitar a 1; faixa à direita e a 6; à esquerda. Depois do Ulysses Guimarães, todas estarão liberadas;, explicou o secretário de Segurança.