Cidades

Afastamento de superintendente do Arquivo Público é oficializado

Superintendente deixa o cargo após acusações de assédio moral e sexual e de discriminação contra os servidores. Por recomendação do MP, a Casa Civil abre processo administrativo contra o acusado

Isa Stacciarini
postado em 12/07/2014 07:00
O MP tem uma lista de 31 servidores do Arquivo Público que estariam sofrendo algum tipo de abuso
O pedido do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) para o afastamento cautelar do então superintendente do Arquivo Público do Distrito Federal, Gustavo Chauvet, fez com que ele mesmo pedisse exoneração do cargo. A saída foi oficializada neste sábado (12/7), e um novo nome só deve ser divulgado na próxima semana. A pedido do MP, a Casa Civil também abriu processo administrativo para apurar as suspeitas de assédio moral e sexual e discriminação contra servidores do órgão. Chauvet nega as acusações.

De acordo com funcionários do Arquivo Público, desde 2011, 31 pessoas estariam sofrendo algum tipo de abuso por parte de Chauvet. Duas vítimas relataram ao Correio que xingamentos e humilhações são constantes. No mês passado, 12 servidores procuraram o MPDFT e oficializaram as denúncias. Na última quarta-feira, depois de ouvir as supostas vítimas, promotores do Núcleo de Gênero Pró-Mulher e da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social (Prodep) e representantes da Procuradoria Regional do Trabalho recomendaram à Casa Civil o afastamento do superintendente e pediram a abertura de uma investigação.



Uma servidora do local, que preferiu não ter o nome divulgado, contou que Chauvet gritava e xingava os subordinados. ;Ele expulsava as pessoas das salas aos berros. Decidimos procurar ajuda porque não aguentávamos mais;, disse. Ela acrescentou que presenciou os colegas sofrendo algum tipo de assédio (leia Depoimento). Outro empregado garantiu que, para conseguir funções no trabalho, era preciso ;sair com o chefe. E quem não aceitava a proposta, era humilhado e sofria perseguição.;

O responsável pelo Núcleo de Gênero Pró-Mulher, Thiago Pierobom, explicou que os funcionários procuraram o MP espontaneamente e narraram as situações de forma consistente. ;Um episódio que chamou a atenção foi o de uma servidora que engravidou e teria dito a ele que precisaria se afastar na licença maternidade. Ele, então, teria falado para todo mundo que mulheres atrapalham, que não se pode contar com elas e que não contrataria mulheres jovens. Segundo os relatos, ele teria dito que, se alguém tivesse a intenção de engravidar, que falasse logo, pois seria afastada;, detalhou o promotor.

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