Funcionários das empresas de transporte coletivo de passageiros cruzaram os braços ontem. Eles esperavam um reajuste de 20% no contracheque deste mês. A suspensão das atividades das operadoras Piracicabana, Urbi, Pioneira, São José e Marechal provocou um caos na Rodoviária do Plano Piloto horas antes do início jogo entre Brasil e Colômbia. Hoje, o Sindicato dos Rodoviários do Distrito Federal vai às garagens de todas as concessionárias, a partir das 7h, para decidir, com os trabalhadores, se a paralisação continuará. Se a greve for mantida, a Secretaria de Transportes informou, por meio de nota, que acionará um plano de emergência para garantir ônibus para a população e turistas durante a Copa. O órgão não quis detalhar para evitar um possível boicote pela categoria.
Se os rodoviários mantiverem o movimento, cerca de 1,2 milhão de passageiros podem ficar sem transporte público, hoje, quando Argentina e Bélgica se enfrentam no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. Em 8 de junho, os rodoviários ameaçaram parar pela primeira vez. Para evitar a paralisação, representantes do governo e das empresas de ônibus acordaram que a categoria receberia reajuste salarial de 20%, aumento de 40% na cesta básica e acréscimo de 20% no tíquete-alimentação. Os motoristas que recebiam R$ 1,6 mil passariam a receber R$ 1.960. Os cobradores teriam o vencimento aumentado de R$ 840 para R$ 1 mil.
Empresas, sindicato e governo chegaram a ser reunir na tarde de ontem, para demover dos sindicalistas a ideia de estender a greve. Mas não houve acordo na negociação. Um dos diretores do sindicato, João de Jesus, disse que a categoria não trabalhará sem o reajuste. As empresas alegam que não têm dinheiro. Segundo nota divulgada pelas operadoras São José, Marechal e Pioneira, o GDF deveria repassar a verba referente ao aumento dos rodoviários em 30 de junho, o que não ocorreu. O governo informou que acordou o aumento com as concessionárias, mas os representantes não assinaram o compromisso, com a desculpa que o Sindicato das Empresas de ônibus do DF teria que concordar com os termos. ;Conversaremos com os trabalhadores de todas as concessionárias. Se eles não quiserem, não podemos obrigá-los a voltar a trabalhar;, alertou João de Jesus.
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