Jornal Correio Braziliense

Cidades

UnB vive dias de guerra civil, afirma reitor Ivan Camargo

Estudantes com os rostos escondidos ocupam a reitoria há quatro dias para protestar contra a abertura de processos administrativos que apuram responsabilidade em vandalismo no câmpus da Asa Norte. Professores e servidores realizam hoje ato pela paz na instituição

A Universidade de Brasília (UnB) vive um clima de guerra civil, nas palavras do reitor da instituição, Ivan Camargo. Diante da ocupação do prédio da reitoria por estudantes, desde quinta-feira passada, e de episódios recentes de festas que terminaram em quebra-quebra e pessoas feridas, a coordenação promete manter a medida administrativa de responsabilização de oito estudantes por um ;catracaço; no ano passado, além de medida judicial de reintegração de posse do edifício. O prazo para a desocupação dos estudantes terminou ontem, às 20h30, mas até esse horário cerca de 50 pessoas permaneciam no local.



Uma vertente de estudantes, servidores e professores, descontentes com os últimos episódios, realizam um ato, hoje, às 10h, na reitoria da UnB. Nomeada ;Democracia contra a Violência;, a ação visa repudiar a invasão e a transgressão às regras de convivência na universidade. Em entrevista exclusiva concedida ontem ao Correio, o reitor Ivan Camargo confirmou presença na manifestação. Um texto escrito pelo docente da universidade Roberto Ellery foi publicado em uma rede social numa página que convoca pessoas para a mobilização.

ENTREVISTA - Ivan Camargo

Como está o clima na Universidade de Brasília hoje?
É assustador ver que existe um movimento mascarado na universidade. Estamos vivendo um momento de muita violência, contrário a tudo o que nós pregamos: democracia, decisões colegiadas e respeito à diversidade. Estamos vendo essa violência cotidianamente em festas. A administração faz tudo para não permitir que se transforme o ambiente acadêmico numa bagunça, e a gente não consegue. Temos cercas, entradas subterrâneas, caminhos que as pessoas fazem para ocupar o ICC. A descrição que se tem no ICC e as visitas que faço são de guerra civil. Laboratórios são quebrados, todos os banheiros depredados. A gente encontra bebida e todo o tipo de lixo espalhado, além de pessoas no início da manhã alcoolizadas, completamente inúteis, completamente passadas.

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