A suposta associação criminosa formada para conseguir emissão de alvará de construção em troca de favores também tentou burlar a fiscalização da Promotoria de Justiça de Defesa da Ordem Urbanística (Prourb). Após ter conhecimento que a promotoria queria ter acesso ao processo do JK, Paulo Octávio diz para Jales atrasar o encaminhamento da documentação ao MP. O mesmo pedido é feito pela então chefe da assessoria de Planejamento e Ordenamento Territorial da Administração de Taguatinga Larissa Queiroz Noleto, e o chefe da assessoria técnica, Laurindo Modesto Pereira Junior.
Todos eles, além de Carlos Sidney de Oliveira, ex-administrador de Águas Claras, foram exonerados após a deflagração da Operação Átrio/Hamurabi, em 7 de novembro do ano passado. Além da investigação da Deco, os fatos foram apurados pelas Promotorias Criminais de Taguatinga com participação do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Sete denúncias foram ajuizadas e já recebidas na Segunda Vara Criminal de Taguatinga.
A defesa do ex-administrador de Águas Claras Carlos Sidney de Oliveira alega que não teve acesso ao inquérito final. O advogado Manoel Neto, filho do ex-administrador, garante que, à época, o envelope que ele recebeu das mãos do então administrador Carlos Jales não tinha dinheiro. O Correio tentou falar com o ex-administrador de Taguatinga Carlos Jales, mas ele não atendeu. A defesa também não foi encontrada para se pronunciar sobre o caso.