A Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) interditou mais uma vez o supermercado Tatico, em Ceilândia Centro, na manhã desta terça-feira (22/4). Segundo a agência, o estabelecimento ocupa, irregularmente, 3.316 metros de área pública e as multas chegam a R$ 100 mil. Em protesto contra ação de interdição, os cerca de 800 funcionários do estabelecimento fazem uma fogueira em cada lado da Avenida Hélio Prates, bloqueando a via.
Eles também queimaram uma Kombi do supermercado. O Corpo de Bombeiros chegou ao local e tenta conter as chamas. Segundo o líder dos manifestantes e supervisor do supermercado, José cavalcante, 56 anos, os funcionários decidiram protestar porque a Agefis havia feito um acordo com o supermercado, no qual a empresa teria 130 dias para resolver a situação. Contudo, hoje os fiscais fecharam o estabelecimento e apreenderam as caixas registradoras.
Por volta de 13h15, um grupo de manifestantes tentou entrar no supermercado pelos fundos do estabelecimento, mas a polícia coibiu a entrada com o uso de sprays de pimenta. Um outro grupo, que não estava identificado com uniformes do supermercado, atirou pedras contra os policiais. Um dos fotógrafos do Correio, que registrava o momento, acabou atingido por uma pedra na testa, mas não se feriu.
Funcionários da Agefis saíram do supermercado escoltados pela Polícia Militar após pedido de dos líderes da manifestação. Segundo ele, o grupo só desocuparia a Hélio Prates, caso a ação dos fiscalizadores fosse contida. Mesmo após a retirada dos fiscais, a via continua fechada por manifestantes.
Os funcionários temem ficar sem emprego, por isso cobram uma posição do Governo do Distito Federal em relação a situação. Após ameaçarem marcharem até o Plano Piloto se não tivessem uma reposta do GDF, os manifestantes receberam uma ligação do governo marcando uma reunião com eles na tarde de hoje. O grupo informou que só acabará com o protesto depois que a Agefis abandonar o local.
Além da manifestação, alguns caminhões da empresa foram colocados em frente ao mercado para dificultar a interdição. A Agefis pretende derrubar derrubar ainda hoje os mais de mil metros quadrados de "puxadinhos", construídos pela empresa.O Correio tentou entrar em contato com o supermercado Tatico, mas não obteve retorno até a publciação da matéria.
Com informações de Thiago Soares.