Há um ano, o único suspeito de envolvimento no sumiço de Márcia Regina ; que a polícia e a família dão como morta ; quebrou uma medida protetiva, imposta pela Justiça, ao telefonar e deixar mensagens criminosas a uma das mulheres espancadas e que teve a casa incendiada pelo ex-marido. Um mês antes, a manicure, com 25 anos à época, decidiu terminar o relacionamento após descobrir uma traição dele. A resposta foi um soco no rosto da mulher. Na ocorrência número 1.458, registrada na 4; Delegacia de Polícia (Guará), em 9 de fevereiro de 2013, a vítima relatou ter deixado a residência mais cedo com as filhas, de 2 e 4 anos, para buscar abrigo na casa da sogra, após apanhar de Luiz Carlos, o pai das crianças.
Perseguição
No dia seguinte, por medo, ela se mudou com as meninas para o interior de Minas Gerais. A partir de então, passou a receber telefonemas e mensagens no celular e em sua página em uma rede social, com ameaças de morte assinadas por Luiz Carlos. A mulher, que já havia conseguido no 1; Juizado de Violência Doméstica do DF uma medida protetiva, voltou a denunciar o ex-marido na 4; DP, em 3 de abril de 2013. Antes, a mesma mulher, então com 22 anos, já havia registrado queixa contra Luiz Carlos, em 28 de março de 2010, na Delegacia de Especial de Atendimento à Mulher (Deam). Mas, na época, por pressão dele, retirou a queixa e voltou a morar com Luiz Carlos.
No fim da tarde de 28 de março de 2010, a vítima ainda voltou a casa para buscar a filha, então com 1 ano e 2 meses, na companhia de dois irmãos de Luiz Carlos. Mas o homem, nervoso, partiu para cima dela com uma faca na mão. Só não a feriu porque um dos irmãos o segurou.
Antes desse relacionamento, Luiz Carlos foi casado por 13 anos com uma secretária. Em outubro de 2005, ela procurou a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) para denunciar o marido, então com 32 anos. Na oportunidade, contou ter sido agredida diversas vezes, tendo inclusive o denunciado na mesma unidade policial e pedido a retirada da queixa depois. Mas, em 6 de outubro de 2005, ele avançou para cima dela, quebrou um prato na cabeça da mulher e ainda desferiu tapas, socos e chutes nela. Por fim, ameaçou matá-la a tesouradas quando ela dormisse.
Separada de Luiz Carlos, a secretária voltou à Deam em 23 de maio de 2006, novamente para denunciá-lo. Ela contou que, por não aceitar a separação, o homem sempre a procurava e a ameaçava. Até que, no fim da tarde de 22 de maio de 2006, ela caminhava no Parque da Cidade com uma amiga quando Luiz Carlos a segurou e a arrastou para o carro dele. Dirigiu até um estacionamento do parque e ameaçou matá-la ali caso ela não reatasse o casamento. Um policial civil, acionado pela colega da vítima, ligou para Luiz Carlos e disse que ia prendê-lo. Ele largou a ex-mulher na W3 Sul.
Já divorciada de Luiz Carlos, a secretária registrou uma ocorrência contra ele na 10;DP (Lago Sul), em 18 de setembro de 2006. Aos policiais, ela relatou que, dois dias antes, bêbado, Luiz Carlos foi até o trabalho dela. Com medo de alguma atitude dele que poderia pôr em risco o seu emprego, a mulher o convenceu a irem ao Gilberto Salomão para lancharem e conversarem. Mas, antes que ela descesse do carro, ele veio para cima e começou a dar socos, puxões de cabelo e pontapés. As agressões persistiram por uma hora, ao ponto de ela ter que ser levada ao Hospital Daher, onde ficou internada.
Pais e irmão
Contra Luiz Carlos, também há queixa criminal de um irmão dele. Então com 32 anos, o homem registrou ocorrência na 4;DP por ameaça de morte, em 11 de janeiro de 2007. Em depoimento, ele contou que mandou o irmão parar de agredir verbalmente os pais. ;Vem aqui fora, vamos resolver aqui fora;, disse Luiz Carlos, já em frente de casa, com a mão na cintura, insinuado estar armado, segundo o irmão.
Um ano antes, o pai de Luiz Carlos denunciara o filho também por ameaça de morte. O homem, então com 55 anos, contou aos agentes da 4;DP que tudo começou quando Luiz Carlos discutia alto com a mãe. O pai decidiu intervir e bater no filho. Depois disso, veio a ameaça: ;Eu vou te matar;. Em depoimento, Luiz Carlos confirmou os xingamentos à mãe e agressão do pai, mas negou a ameaça.
Histórico criminal
7 de outubro de 2005
Quebrou um prato na cabeça da mulher, uma secretária de 39 anos, moradora do Guará, desferiu tapas, socos e chutes nela. Por fim, a ameaçou matá-la a tesouradas, quando dormisse.
3 de abril de 2006
Levado por uma equipe da PM à
4; DP, o pai de Luiz Carlos, de 55 anos contou aos agentes que interveio em uma discussão do filho com a mãe. Segundo dele, o suspeito o teria ameaçado de morte.
23 de maio de 2006
Separada de Luiz Carlos, a secretária procura a Deam novamente para denunciá-lo. Ela conta, por não aceitar a separação, o homem sempre a procurava e a ameaçava.
18 de setembro de 2006
Divorciada de Luiz Carlos, a secretária registra ocorrência contra ele na 10; DP (Lago Sul). Bêbado, Luiz Carlos foi até o trabalho dela e a agrediu. Ela teve que ser levada para um hospital.
11 de janeiro de 2007
Um irmão de Luiz Carlos Coelho Penna Teixeira procura a 4; DP e o denuncia por ameaça de morte. Tudo porque o denunciante teria mandado o irmão parar de agredir verbalmente os pais.
26 de setembro de 2007
Aos 19 anos, uma estudante procura a
4; DP para denunciar o marido, Luiz Carlos, por lesão corporal. Deu um soco na boca dela, além de lhe puxar os cabelos. Dias depois, ela retirou a queixa.
28 de março de 2010
Agora com 22 anos e como operadora, a mulher procura a Deam e diz que apanhou de Luiz Carlos em diversas ocasiões. Na manhã daquele dia, ele a espancou e a estuprou.
9 de fevereiro de 2013
Na QE 34 do Guará 2, uma manicure de 26 anos, contou que havia apanhado do marido e fugido com as filhas. Ela ainda o acusou por incendiar a casa dela.
3 de abril de 2013
Morando no interior de Minas Gerais, para onde se mudou com medo do ex-marido, a manicure denuncia à 4;DP que vive recebendo ameaças de Luiz Carlos por telefone e mensagens.