O homem que revelou à Justiça a face doentia do maníaco de Luziânia decidiu contar o que sabe sobre o caso. Psicólogo há duas décadas do Sistema Penitenciário do Distrito Federal, Glauber Vieira, 40 anos, foi o profissional responsável por atestar que o pedreiro Adimar Jesus da Silva tinha traços de psicopatia e sadismo. Mesmo diante do diagnóstico, o suspeito acabou beneficiado com o regime semiaberto e, poucos dias após conquistar a liberdade, fez a primeira das sete vítimas de Luziânia, todas adolescentes, mortas a golpes de enxada.
Glauber entrevistou Adimar no fim de junho de 2008, porque o então detento do Complexo Penitenciário da Papuda havia ingressado com pedido de semi-liberdade. O pedreiro estava preso desde 2005, quando foi condenado a 10 anos por abusar sexualmente de dois meninos, de 11 e 13 anos, em Águas Claras. Durante a conversa, Glauber usou técnicas para apontar que Adimar apresentava ;sinais que favoreciam a prática de delitos sexuais;. A conclusão está no laudo de exame criminológico n; 072/2008, ao qual o Correio teve acesso.
O que mais chamou a atenção do psicólogo foi um teste no qual o detento deveria fazer desenhos espontâneos de uma casa, de uma árvore, de um homem e de uma mulher. Nos dois últimos, ele retratou os órgãos sexuais e, no caso do homem, representou-o com a barriga aberta. Também fez a árvore flutuando. ;São sinais típicos de uma pessoa desequilibrada;, ressaltou Vieira.
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