Com a alta do dólar e um cenário econômico desfavorável ao consumo, o brasiliense escolhe opções mais baratas na hora de viajar. Dados do Ministério do Turismo mostram que, neste ano, a preferência por sair da cidade de carro e por ficar na casa de parentes aumentou entre moradores da capital federal. Em fevereiro, 29% das pessoas optaram pelo automóvel, contra apenas 4% no mesmo período de 2013, e 49,1% dos turistas não querem gastar com hospedagem durante o passeio.
Entre todas as capitais pesquisadas, Brasília e Recife são as únicas em que os moradores apresentaram intenções de ficar na casa de parentes maior do que em hotéis e pousadas. Ainda assim, a intenção de viagem continua crescente ; nos últimos 12 meses, o percentual aumentou de 24% para 34% no Distrito Federal que ficou em terceiro lugar no ranking das cidades. ;No ano passado, 90% das pessoas preferiam viajar de avião e essa taxa baixou para 64%. Isso porque as companhias aéreas não oferecem mais tantas vantagens e os preços não estão tão bons;, argumentou o diretor do Departamento de Estudos e Pesquisas do ministério, José Francisco Salles.
O diretor destacou que os brasilienses preferem percorrer distâncias curtas. ;Em 2013, os turistas iam mais ao exterior, até por conta do dólar, que estava mais atrativo. Aqueles que optam pelo carro geralmente vão a lugares mais perto. No geral, o turismo dentro do país cresceu mais ; 82,1% declararam que pretendem visitar cidades brasileiras ;, o que é muito positivo para a nossa economia. Ou seja, em vez de deixarem de viajar, os brasilienses buscam alternativas mais baratas para conhecer outros lugares;, explicou o especialista. De acordo com a pesquisa, 73% dos moradores da capital preferem viajar acompanhados. ;Esse é um fator que também deixa a viagem mais em conta;, completou Salles.
Preços
Para o professor do Departamento de Geografia da Universidade de Brasília (UnB) Neio Lúcio Campos, especialista em turismo, a elevação nos preços é um fator determinante para a mudança nas preferências do viajante. ;Isso ocorreu também no setor hoteleiro. O cenário econômico não está favorável para o consumo, com menor oferta de crédito, o que também impactou nos valores cobrados pelas companhias;, disse. O estudo é realizado mensalmente com amostragem de 2 mil pessoas em sete grandes capitais do país. A pesquisa mede a perspectiva de viagem dos brasileiros.
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