Quando o sino toca, três vezes ao dia, é o momento do encontro no Solar dos Médiuns, no Vale do Amanhecer. O complexo religioso erguido em Planaltina, ao lado do Morro da Capelinha, recebe pessoas do mundo inteiro há quase quatro décadas. Entre pacientes, médiuns e visitantes, 400 pessoas passam diariamente pelo local. Mas nem a história nem a importância cultural do lugar impediram a violência, que toma conta da vizinhança. Na sexta-feira, os líderes da doutrina tomaram uma medida drástica: enquanto não houver segurança, os rituais só serão realizados nos fins de semana. É a primeira vez que isso acontece, em mais de 40 anos.
[SAIBAMAIS]Com quase 800 unidades em todo o mundo, a sede na capital recebe visitantes de todo o Brasil e de outros países, como Canadá, Bolívia e França. O Vale do Amanhecer também é um dos principais pontos turísticos do DF. Com tristeza, Raul Zelaya, presidente da Obras Sociais da Ordem Espiritualista Cristã (Osoec), entidade responsável pelo Vale, disse que não pode continuar expondo os frequentadores à criminalidade. ;O ritual da Estrela Candente só acontece aqui. Temos visitas de pessoas de outros locais todos os dias. Mas a gente tem medo. Não posso ser omisso com tudo que está acontecendo. Só vamos voltar à agenda normal quando tiver mos segurança;, afirmou.
Filho da Tia Neiva, Zelaya decidiu que, a partir de quarta-feira, os rituais serão realizados apenas aos sábados e domingos. Até então, ocorriam diariamente. ;E para acontecer no fim de semana, algumas pessoas vão ter que deixar de fazer o trabalho na recepção para tentar aumentar a segurança durante os rituais;, explicou. ;Mais de mil pessoas estavam aqui na sexta-feira, quando demos a notícia. Todas ficaram muito tristes, mas aceitaram, pois é uma questão de necessidade;, ressaltou Zelaya.
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