Jornal Correio Braziliense

Cidades

Após marchas e protestos, integrantes do MST voltam para casa

Dentre as reivindicações mais urgentes do movimento está a desapropriação de áreas improdutivas, ou que não cumprem sua função social, para mais de 100 mil famílias, que vivem em mais de 700 acampamentos

Após cinco dias de marchas, reivindicações e conversas com o governo, o 6; Congresso Nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) chega ao fim. De acordo com Roberto Baggio, da coordenação nacional do movimento, os atos pela reforma agrária continuam por todo o país. ;Temos que continuar lutando, pressionando, ocupando, que é a única forma de avançar a reforma agrária no Brasil;.

Agora, milhares de trabalhadores rurais se preparam para voltar para suas casas. Os ônibus que lotaram a vizinhança do Ginásio Nilson Nelson estão sendo carregados e a Mostra Nacional da Cultura e Produção Camponesa, presente ao lado do ginásio, também se desfaz.


;Foi um belo congresso, com um balanço altamente positivo. Nesse momento histórico, a reforma agrária depende da sociedade brasileira como um todo, e o congresso reafirmou isso. Durante os cinco dias, fizemos uma bela jornada de luta em Brasília, com momentos de pressão sobre o governo;, afirmou Baggio.

Ele também lembrou o encontro que o MST teve com a presidenta da República, ontem (13) pela manhã. Dilma Rousseff prometeu trabalhar para assentar entre 30 mil e 35 mil famílias em 2014. ;Isso é tarefa do Estado brasileiro. Se a presidenta Dilma tivesse lidado com mais cuidado, essas questões já poderiam ter sido resolvidas. Agora, cabe a ela tomar medidas, já que ela é a gestora, a gerente do Estado brasileiro. Ela que organize seu grupo de trabalho, ponha pra funcionar e distribua as terras para os camponeses;.

[SAIBAMAIS]Dentre as reivindicações mais urgentes do movimento, segundo ele, está a desapropriação de áreas improdutivas, ou que não cumprem sua função social, para que ;mais de 100 mil famílias, que vivem em mais de 700 acampamentos, possam viver e trabalhar". Além disso, a construção de escolas em acampamentos e estímulo ao conjunto de investimentos em torno da agroindústria também foram citados durante o encontro no Palácio do Planalto.

Ao final de sua estada na capital do país, o integrante da coordenação do movimento lembrou o ;memorável; ato de quarta-feira (12/2), quando cerca de 15 mil pessoas marcharam pelo centro de Brasília durante todo o dia, exigindo a reforma agrária e cobrando mais ações do governo. Segundo ele, todos os acontecimentos daquele dia mostraram ;o sentido da existência do MST;.