Além de não atender ocorrências ou fazer de tudo para chegar atrasado a elas, como manda a Operação Tartaruga, policiais militares do Distrito Federal driblam a Constituição e se organizam em associações no intuito de mostrarem força e pressionar o governo por aumento salarial. Pelo menos 14 entidades representam praças e uma, os oficiais da corporação brasiliense. Fazendo uso delas, seus dirigentes preparam campanhas de olho nos cargos a serem decididos nas eleições de outubro. Eles contam com o apoio dos 22 mil colegas de farda ; 15 mil na ativa e 7 mil na reserva. Com os familiares aptos a irem às urnas, a categoria detém um exército de mais de 90 mil votos.
Jogando para essa plateia, novas e velhas lideranças policiais têm brigado por espaço nas associações e na internet. O Correio identificou 25 páginas virtuais mantidas por PMs da capital federal. Muitos deles usam discursos políticos e até números que remetem a siglas de partidos políticos. Outros não escondem a pretensão de concorrer a deputado distrital ou federal por meio de textos e vídeos publicados. Todos falam da importância dos militares em se unirem e votarem em candidatos da corporação. E prometem endurecer cada vez mais a mobilização pelo reajuste salarial e pelas outras 12 promessas do atual governo na campanha ao Palácio do Buriti quatro anos atrás (leia O que querem).
Nesse jogo, os PMs sacam todas as suas armas, inclusive as ilegais. Ignorando a proibição de se organizarem em movimentos grevistas, marcam assembleias, como a prevista para 13 de fevereiro e anunciada por outdoors espalhados pelo DF. Prometem radicalizar, inclusive com uma paralisação geral por 24h. Em sites, blogs e redes sociais, escondidos atrás de pseudônimos, disparam comentários agressivos contra os superiores e a população. Vibram com cada crime repercutido na imprensa e torcem pelo aumento na violência, em especial no Plano Piloto, no Lago Sul e no Lago Norte, conforme revelou o Correio ontem. Contam com a impunidade ; como tem ocorrido até agora ; ou com o perdão pelos crimes militares cometidos em movimentos grevistas anteriores.
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