O impasse entre a Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (Sedest) do Governo do Distrito Federal (GDF) e um grupo de catadores de lixo que trabalham na Estrutural não chegou ao fim até a noite desta segunda-feira (27/01). Dezenas de trabalhadores impediram, durante todo o dia, a descarga de lixo no local. Eles reivindicam o recebimento imediato de uma bolsa mensal de R$ 300 concedida pelo governo a catadores cadastrados no programa Agentes da Cidadania Ambiental. Pelo menos 473 famílias, segundo o governo, já foram contempladas nas duas primeiras semanas do ano. A primeira etapa deve atender mil famílias.
A longo prazo, informa a Sedest, a iniciativa deve beneficiar todas as famílias do DF que tiram o sustento a partir da reciclagem e tratamento do lixo recolhido. No entanto, apenas um membro da família poderá receber o benefício, que é transitório e tem validade de um ano. "Trata-se de um auxílio para esta transição entre o fechamento do lixão, que deve ocorrer até agosto, e a instalação dos 12 centros de triagem", explica a subsecretária de Fomento a Parcerias da Sedest, Jaira Alba.
Para contornar a situação, dois representantes da pasta foram até o local e negociaram sem sucesso, até as 20h30, a retomada dos trabalhos dos catadores. O governo prometeu agilizar a análise dos inscritos no programa a fim de liberar, até o dia 15 de fevereiro, o pagamento dos manifestantes. Para fazer parte do programa, o catador deve fazer parte do Cadastro Único de Programas Sociais e ter acompanhamento de assistentes sociais. Na primeira etapa, tiveram acesso aos recursos catadores que constavam do cadastro do governo e que tinham todas as informações atualizadas junto ao Centro de Referência em Assistência Social (Cras) da Estrutural. Os trabalhadores também devem comprovar a participação em um curso de capacitação oferecido pela Sedest.
Com a interdição dos trabalhos no lixão da Estrutural, todo o lixo recolhido no DF foi distribuído em estações de tratamento de Ceilândia, Asa Sul, Sobradinho e na área de transbordo de Samambaia. Juntas, elas têm capacidade para armazenar o lixo recolhido em 10 dias.