Jornal Correio Braziliense

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Sem inimizade ou ficha na polícia, mistério cerca a morte de irmãos

Família e vizinhos de vítimas não entendem a causa dos tiros que tiraram a vida de dois parentes e deixaram um no hospital. Polícia diz ter suspeitos




A tragédia envolvendo três irmãos moradores do Cruzeiro continua um mistério para a polícia e para a família. Rodrigo e Kelvin de Jesus de 18 e 23 anos serão enterrados hoje, no Cemitério Cruz das Almas, em Formosa (GO). Maycon Pablo de Jesus Guimarães, 20, continua internado. Ele levou dois tiros ; um no tórax e outro que atravessou a mão e o rosto ;, e não sabe da morte dos irmãos. O trio foi baleado dentro de casa, na noite de terça-feira, enquanto assistia à tevê. Dois homens teriam descarregado a arma contra os jovens e fugido em seguida.

A família, os amigos e os vizinhos dos jovens estão chocados. O pai adotivo de Maycon, o servidor público Alexandre Guimarães, prestou depoimento ontem. ;Foi uma barbárie. Não tem um significado. Ninguém consegue entender. Eles eram queridos por todos;, afirma. Alexandre diz que o único episódio que poderia explicar tamanha brutalidade foi protagonizado por Rodrigo. ;Dias atrás, ele chegava da casa da namorada, por volta das 2h, e viu dois homens tentando roubar um carro. Pegou um pedaço de pau e afugentou os bandidos;, relata.

Os três jovens estavam cheios de sonhos. Eles nasceram em Formosa e escolheram Brasília para viver. Kelvin era cabo do Exército e se preparava para ser sargento. Rodrigo trabalhava há quatro meses como entregador em uma banca de revista distante 50 metros de onde moravam. O rapaz já havia pedido demissão do emprego porque, no próximo dia 5, se apresentaria ao Exército. O único sobrevivente, Maycon, cursa gestão pública em uma faculdade particular. Ele atua como secretário parlamentar na Câmara dos Deputados.

O proprietário da banca onde Rodrigo trabalhava, Almir Lucas Mendes, disse que o rapaz não tinha inimizades. ;Quem o matou deve ter sido por um motivo banal. Ele não mexia com ninguém nem com drogas e não tinha antecedentes criminais. A facilidade com que as pessoas matam me assusta;, comentou. Os colegas confirmam que o jovem era tranquilo e não causava problemas.

A vizinhança está assustada com a violência. ;Ouvi o tiroteio e saí correndo para me esconder. Foram tantos tiros que não tenho nem ideia de quantos. Estou muito assustada;, conta a aposentada Maria Antônia da Silva. Um homem, que pediu para ter a identidade preservada, lamentou. ;É muito triste matarem um ser humano assim. Podia ser vingança contra uma pessoa só, mas toda a família acabou vítima;, disse. O caso é investigado pela 3; Delegacia de Polícia (Cruzeiro). O delegado-chefe adjunto, Jonatas José Santos Silva, disse já ter suspeitos da execução, mas não deu detalhes das investigações.



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