Jornal Correio Braziliense

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Briga por plantas na janela de apartamento ganha repercussão na web

Notificada no início da semana para retirar os vasos expostos no Bloco V da 407 Sul, a autônoma Cláudia Andrade ainda vai tentar convencer os vizinhos a mudar regimento do condomínio



A briga da autônoma Cláudia Andrade, 50 anos, para manter as flores que cultiva há 17 na janela do apartamento onde mora, no Bloco V na 407 Sul, sensibilizou amigos e admiradores de plantas. Esses brasilienses comentaram a história, compartilharam em redes sociais, ligaram para Cláudia dando apoio na luta. São pessoas que se identificam com a paixão pelo verde e que admiraram a obstinação de Cláudia. Desde o fim do ano passado, ela resiste em acatar a exigência do condomínio e retirar as plantas que mantém na janela do apartamento. Do outro lado, estão os que concordam com a ideia do respeito ao regimento interno pela manutenção da ordem, mesmo que o documento seja alterado em favor da moradora do jardim na janela.

;A beleza está no inconsciente das pessoas. Acho que a repercussão aconteceu por isso. Entra na questão da individualidade e do coletivo, da sensibilidade que as pessoas estão deixando de exercer. Quem não gosta de flores?;, questiona. Objetivamente, Cláudia acredita que, ao saber do caso, cada um se lembra de um momento em que gostou de ganhar flores, comprou um vaso para alegrar a casa ou quis agradar a alguém e deu rosas, por exemplo. Por isso, ela decidiu se manter firme.

Mas o impasse continua. No início da semana, Cláudia recebeu mais uma notificação dando a ela um prazo de 15 dias para retirar os vasos. Caso contrário, outra multa poderá ser aplicada ; o condomínio decidiu que Cláudia deveria pagar R$ 313 pelo descumprimento da exigência. ;Não queria pensar nisso, mas, se continuar assim, devo levar o caso ao Juizado de Pequenas Causas. Estou cogitando até me mudar. Essa confusão já está afetando a minha filha;, lamenta. Antes de tomar uma decisão radical, a condômina quer chamar uma assembleia para debater a mudança do regimento interno e rever a situação.

Outra dona de apartamento no bloco recebeu a mesma notificação. A vizinha de porta de Cláudia, Susana Dourado Ribeiro, 62 anos, mantinha o hábito de cuidar de plantas. ;Também não entendi o problema. Mas eu tirei as minhas e as levei para a casa da minha mãe, na 305 Sul. Meu marido pediu, para evitarmos confusão;, explica. No entanto, ela não se conforma. ;Hoje, chego ao apartamento e vejo a janela vazia. Não gosto da cena;, diz. O marido completa: ;Estamos na contramão do mundo. Todos pensam em ecologia hoje, em plantar mais e cuidar do que é verde;, argumenta Jorge Alves Ribeiro, 58. Ele pretende estudar outra maneira de dar um jardim à mulher, mesmo que fique dentro de casa.

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