Apesar da medida adotada pelo resort, o responsável pela 2ª Promotoria do município goiano, Giordane Naves, acredita que ela não é suficiente. O promotor emitirá uma recomendação para que a administração do residencial interdite todo o complexo aquático. Os tanques só deverão ser liberados quando os donos do local apresentarem um laudo técnico atestando a segurança dos equipamentos. Porém, até a publicação desta matéria, o pedido do órgão ainda não havia sido entregue aos representantes do condomínio. “As piscinas estão desativadas, mas as demais estão funcionando. Após a notificação, a suspensão dos serviços será imediata”, explicou Giordane.
Josias Andrade considerou o fechamento das piscinas “uma boa iniciativa”. “A princípio, é um avanço, mas eu acho que eles têm de fazer muito mais do que isso. Precisam oferecer segurança aos usuários”, reclamou. O administrador pretende acionar a Justiça contra o residencial. Acrescentou que vai procurar a família de Kauã.
No último dia 14, o Privé das Thermas emitiu uma nota, na qual informou que o incidente com o morador de Taguatinga está em apuração e que Josias prendeu o pé na tubulação “após retirar o ralo de proteção, talvez por descuido ou pondo à prova a resistência (do equipamento)”. A vítima reclamou do teor do texto e alegou se sentir caluniada pelos donos do local. “Eles estão dizendo que foi sabotagem minha. Como vou passear com a minha família longe de casa e fazer uma besteira dessas? Na próxima semana, acionaremos um advogado”, garantiu.
Caso Kauã
A delegada Tereza Daniela Nunes, responsável pelo caso do garoto Kauã, afirmou ao Correio que ainda está ouvindo a administração do Privé das Thermas e testemunhas. Ela aguarda o resultado dos laudos da perícia da Polícia Civil goiana para tomar uma medida. Questionada sobre quem seria o responsável pela morte do menino, informou que, “por enquanto”, não comentará o assunto. “Só falaremos sobre indiciamento quando encerrarmos todas as oitivas, com os laudos nas mãos e sem nenhuma dúvida”, explicou.
A Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa) alerta que afogamento é a segunda causa de morte de crianças com idade entre 1 e 9 anos no Brasil. Segundo um levantamento da entidade, mais da metade desses casos acontece em piscinas. No Distrito Federal, até outubro do ano passado, o Corpo de Bombeiros atendeu 53 ocorrências desse tipo. A corporação também realizou 317 ações de prevenção contra acidentes aquáticos na capital federal.
Assista à reportagem da TV Brasília