Horas antes da companhia aérea Avianca anunciar sua estratégia para atender os turistas durante a Copa do Mundo de 2014, previsto para esta terça-feira (14/1), ás 11h, os clientes que saiam de Brasília com direção à Congonhas (SP), pelo voo 6173 na noite de ontem ficaram mais de duas horas dentro de uma aeronave da empresa devido a problemas operacionais. A pane impediu a realização do voo na hora prevista e assustou os passageiros. O Correio procurou a assessoria de imprensa da Avianca para falar sobre o caso e aguarda retorno.
A equipe de engenharia teve que ser acionada para tentar solucionar o problema na máquina antes mesmo de decolar. Após a suposta manutenção, o avião se dirigiu à pista de decolagem para então seguir à Congonhas. O comandante do vôo acelerou a aeronave, mas desistiu de decolar no meio do caminho. Segundo ele, mesmo com as duas horas gastas na manutenção do avião, a equipe de engenharia da Avianca solicitou o retorno da máquina à base aérea. Exaustos e assustados, os passageiros tiveram que retornar ao saguão de embarque e aguardar as orientações da empresa.
A tentativa de voo com uma aeronave supostamente inapropriada para decolar deixou muitos passageiros apavorados. Foi o caso do senador Rodrigo Rollemberg (PSB) que estava no voo 6173 e reclamou do serviço prestado pela empresa. "Estou cansado. Os serviços prestados e o atendimento nas aeronaves e nos aeroportos não são bons. O tratamento dado ao consumidor é ruim", disse ao Correio segurando um livro sobre a biografia de Getúlio Vargas, que leu enquanto esperava o avião ser consertado.
O advogado Luiz Felipe, 30, também estava no mesmo voo e reclamou do atendimento dos comissários de bordo enquanto os passageiros aguardavam dentro do avião. "Durante essas duas horas serviram apenas água. Estou sem jantar, com fome e atrasado pro aniversário da minha sogra", observou. Segundo ele, o problema atrapalhou sua agenda de trabalho em São José dos Campos (SP).
Questionada se o avião não iria fornecer alimentação adequada aos passageiros, uma comissária do voo disse que o estoque de comida não era suficiente e se qualquer alimentação fosse servida antes da decolagem desfalcaria a quantia de comida destinada apenas para quando o avião estivesse no ar.
A Avianca, apesar de ter fornecido apenas águas aos passageiros dentro do avião, seguiu as regras da Agencia Nacional de Aviação Civil (ANAC) e forneceu voucher aos clientes para que eles pudessem se alimentar e se hospedar num hotel próximo ao aeroporto de Brasília. Além disso, os clientes puderam escolher entre voar ainda na mesma aeronave, após uma segunda revisão dos técnicos, ou optar por voar pela manhã de hoje através de outras companhias aéreas. Assustados com o ocorrido, a maioria dos passageiros (cerca de 50) entre eles mulheres grávidas, idosos e crianças de colo, optaram por voar na manhã desta terça-feira.
O analista de sistema Adriano Mota, 40, preferiu aceitar a proposta da empresa e hospedar-se no hotel para embarcar hoje pela manhã. "Foi muita emoção pra uma noite só. Tive que agendar novamente alguns compromissos por conta do transtorno", relatou.