Jornal Correio Braziliense

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Chorinho embala encontro semanal em banca de revistas na Asa Sul

Uma vez por semana, a 208 Sul se enche de som e alegria com os amigos que se reúnem em uma banca de revistas para tocar o ritmo musical. Qualquer um pode participar


Pouco antes das 10h30 da manhã, começa o movimento na banca de jornal de Carlos Valença, 61 anos. Desde o carnaval do ano passado, o violonista pernambucano decidiu convidar os amigos para frequentar seu local de trabalho e fazer, ali mesmo, uma roda de choro semanal na 208 Sul. ;Antes, íamos ao Parque da Cidade, mas lá não tem mais roda e, como não posso sair daqui, o pessoal vem;, explica.

Um dos músicos que sempre aparece aos sábados é o filho dele, Lucas Valença, 30 anos, cavaquinista. ;Assim como meu pai, frequentei a Escola de Choro;, conta. Com ele, vem a mulher, Nayara Teixeira Magalhães, 29, uma animada professora que toca pandeiro. ;Comecei a estudar música na adolescência, mas fiquei uns 10 anos sem tocar e voltei há pouco tempo. Aqui me divirto e aprendo, pois criamos habilidades, como resistência.; Na cerimônia de casamento dos dois, a trilha sonora foi o chorinho, como o baião Delicado, de Waldir Azevedo, além de canções de Jacob do Bandolim, Pixinguinha e Hamilton de Holanda, tocadas por amigos.

Entre eles, está o médico Alexandre Caio, 47 anos, que toca a clarineta. ;Para quem trabalha bastante, isso aqui é um hobby maravilhoso;, garante. João Alberto dos Santos, 36, responsável pela limpeza da banca, também entrou na roda. ;Comecei a tocar pandeiro com uns amigos que gostavam de pagode na escola, mas sempre gostei de choro;, diz. Márcio Carvalheira, 44, fica com o violão de sete cordas. ;O que mais gosto é que esta é uma roda aberta, para quem quiser tocar, o que não é comum em qualquer lugar;, ressalta João.

A funcionária pública Martita Ghirlanda, 53 anos, já tinha ouvido falar disso. Então, foi no último sábado pela primeira vez à banca. Chegou, tirou a flauta da bolsa e começou a tocar com os outros músicos. Depois, mais à vontade, mostrou até uma canção de sua autoria. ;A música sempre fez parte da minha vida.; O marido, Ricardo Ghirlanda, 65, aprendeu a tocar cavaquinho para acompanhá-la. ;Gosto mais de rock, mas prefiro aproveitar meu tempo com ela;, confessa, apaixonado.

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