Após o monumental pôr do sol, característico de Brasília, a capital revela seu lado mais sombrio. Lâmpadas quebradas, postes apagados, luz fraca e insuficiente. A iluminação pública em muitos pontos do Plano Piloto é precária. Extensos corredores de escuridão se formam nas asas Sul e Norte quando a noite se instala. Na área central, nem pontos de grande movimentação escapam do problema.
Ao longo da última semana, o Correio percorreu quadras comerciais, residenciais e pontos turísticos. No coração da cidade, um dos cartões-postais é iluminado por três postes e pela lâmpada do carrinho de pipoca do vendedor Luis Gomes, 58 anos. ;Há quatro anos, trabalho aqui na Fonte Luminosa da Torre de TV. Tem dia que nem os três postes estão acesos. É um breu;, contou.
Gomes sente diariamente as consequências da iluminação precária. ;Antes, aqui vivia cheio de gente. Hoje, não. Quem vem quando já está escuro se decepciona e corre riscos. Assaltos são comuns;, relatou o pipoqueiro. O publicitário Leonardo Henrique Barbosa, 26 anos, foi uma das vítimas da criminalidade na região. Na última quarta-feira, ele precisou passar mais tempo no trabalho, no Setor Hoteleiro Sul. Ao chegar ao estacionamento da torre, onde deixa o carro durante o expediente, teve uma surpresa desagradável: o carro estava apoiado em um pedaço de madeira porque três pneus haviam sido levados. ;O pior é que não é a primeira vez. Já tive o carro furtado algumas vezes, levaram o som e objetos que deixei dentro. Mas, desta vez, eles se superaram;, lamentou o publicitário.
O casal de turistas Guilherme e Natália Maggio teve duas decepções ao tentar visitar Brasília à noite. ;Eu sou arquiteto e estou aqui pela primeira vez. Estou deslumbrado com tudo. Durante o dia, foi incrível. Mas, à noite, está sendo uma decepção. Decidimos conhecer o Estádio Nacional. Chegando lá, encontramos tudo escuro. O estádio está iluminado, mas em volta é um breu. Nos sentimos inseguros e decidimos ir embora;, lamentou o paulista de 29 anos. De lá, o casal seguiu para a Fonte Luminosa. ;Demoramos para acreditar que era normal tanto escuro;, criticou Natália, que é pedagoga e tem 27 anos.
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