Católicos reunidos na igreja de São José, na vila de mesmo nome em Brazlândia, a 45 quilômetros de Brasília, rezaram, na noite deste domingo (12/1) uma missa dedicada à menina Ana Clara, morta durante ataque a ônibus no Maranhão. A garota de 6 anos, que morreu vítima de queimaduras, tinha parentes no Distrito Federal.
"É muito revoltante. Não me conformo com a maneira como minha neta morreu. Mas Deus sabe o que faz", disse a avó da garota, Filomena Donato Pires Carvalho, 49 anos, na saída da cerimônia religiosa que marca o sétimo dia da morte da criança.
Ana Clara morreu após o incêndio criminoso ocorrido no último 3 de janeiro. A ordem para o ataque ao ônibus partiu de líderes de facções criminosas presos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, o maior do Maranhão. O episódio pontua a crise sem precedentes na segurança pública daquele estado.
A mãe e uma irmã de Ana Clara também foram feridas no ataque do dia 3. Em estado grave, mas estável, a mãe, Juliane Carvalho Santos, de 22 anos, foi transferida do Maranhão para o Hospital Regional da Asa Norte, em Brasília, referência no tratamento de queimados. A irmã de Ana Clara, Lorane Beatriz, de 1 ano e meio, está internada em um hospital infantil na capital maranhense e não corre risco de morrer.
Outro paciente em estado grave, mas também estável, Márcio Ronny da Cruz, que teve queimaduras em 72% do corpo, foi transferido de São Luís para o Hospital Geral de Goiânia, considerado referência no tratamento de queimados no país. Em tratamento em São Luís, a quinta vítima do ataque ao ônibus, Abyancy Silva Santos, que teve 10% do corpo queimado, não corre risco de vida e pode receber alta a partir de terça-feira (14).