Para despistar os garotos, Henrique se valia da diversão da garotada da região: os mergulhos no Rio Parnaíba, que banha a pequena localidade. ;Eu aproveitava quando a gente ia nadar e andar de canoa e remo. Na hora de ir embora, eu era o primeiro a sair, pegava os livros de dentro da pasta deles, colocava-os por dentro da minha roupa e ia para casa carregando o remo. Assim, com os braços levantados, eles não perceberiam o volume dos objetos;, explica. O problema era quando os primos descobriam o truque. ;Aí, eles me davam um pontapé bem na lateral da costela. Eu caía com caderno e remo e doía;, conta.
A batalha pelo conhecimento durou pouco tempo, pois o jovem Henrique teve de abandonar os bancos escolares em busca de sustento. Para isso, mudou-se para Coelho Neto, no Maranhão, onde aprendeu a ser servente de pedreiro. Lá, passou quatro anos, juntou dinheiro e voltou ao Piauí a fim de montar um comércio do tipo secos & molhados. Falido, retornou ao Maranhão, onde redigiu uma redação na empresa de construção em que trabalhava. ;Eles pediram para a gente fazer um texto sobre como evitar o desperdício de material. Eu tirei a maior nota da turma e vi que precisava continuar a escrever;, diz.
A matéria completa está disponível para assinantes. Para assinar, clique