Lorivaldo Cordeiro de Oliveira, 42 anos, passará o primeiro Natal nas ruas, longe da família. Há nove meses, ele abandonou a casa depois de enfrentar problemas conjugais com a ex-mulher. Desde então, anda por Sobradinho. A data, que simboliza o nascimento de Jesus para os cristãos, passaria em branco para Lorivaldo se não fosse a iniciativa de um grupo de amigos. Eles se organizaram e montaram uma comemoração com direito a ceia natalina e a distribuição de cestas básicas para centenas de moradores de rua e famílias carentes da região. A mesma ação foi e vem sendo seguida em outros pontos da capital federal por pessoas que se solidariarizam se reúnem para preparar uma mesa farta a quem não consegue ter uma refeição à altura da data.
O Natal também foi antecipado para Maria Imaculada da Conceição, 38 anos, e os oito filhos. Ela e as crianças acabaram convidadas para um almoço na Igreja Adventista em Sobradinho 1, no fim de semana. A festa foi na Quadra 12, a poucos metros de onde vivem na rua. Deliciaram-se com o primeiro prato de comida do dia e agradeceram por aquele momento que, segundo Maria Imaculada, foi o Natal da família. ;Eu não teria Natal se não fossem essas pessoas. Eu me sinto bem sabendo que elas existem e que nos dão atenção. No restante do ano, se eu precisar deles, eles estão prontos para nos ajudar;, contou a mulher.
Não tem preço
Maria Imaculada refere-se a um grupo de cerca de 500 integrantes que frequentam o templo religioso do qual faz parte a servidora pública Cleide Melo da Costa, 48 anos. Ela e os demais colaboradores se organizaram durante seis meses para reunirem 500 cestas básicas e brinquedos doados pela comunidade e preparar quilos de alimentos para o almoço dos convidados especiais. ;Sinto-me muito feliz por fazer isso. Não tem preço. Temos que aproveitar cada minuto da vida para ajudar as pessoas porque tem gente precisando de muito carinho. Não podemos fazer de conta que não enxergamos o que está acontecendo;, desabafou Cleide.
A também servidora pública Nelma de Souza, 48 anos, participa do programa há cinco anos e, assim como os demais, mantém a tradição do movimento. ;Buscamos pessoas que moram embaixo de ponte, que vivem às margens da sociedade para darem a elas um Natal que elas não teriam condições de ter. Elas não poderiam comer chester nem dar presente aos filhos, por exemplo;, explicou a voluntária. ;O amor se traduz em atos e temos que expressar esse sentimento sempre;, destacou Nelma.
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