Os olhinhos brilhando, o sorriso, a gratidão inocente de 2 mil crianças felizes. O trabalho é voluntário, e a recompensa é imaterial. O programa Correio Braziliense Solidário, de auxílio a creches em todo o Distrito Federal, celebra 10 anos de atuação na capital do país. Fechando o calendário de comemorações da data, está a festa de Natal da ação. No proximo dia 15 (veja Serviço), os pequenos terão uma manhã de brincadeiras, guloseimas e, no fim, ainda receberão presentes do Papai Noel.
O gráfico Heber de Carvalho, de 47 anos, conta que há cerca de sete anos ouviu comentários de colegas do emprego que haviam participado e decidiu ver como era esse trabalho. Desde então, ele é voluntário nas festas e conta que a melhor compensação é a reação das crianças. ;É o que nos motiva a participar dos eventos no ano seguinte. A gente reclama de tanta coisa boba em casa, com os filhos, e ali existem muitas crianças que não têm nada. É gratificante colaborar de maneira para que aquele dia seja diferente para elas;, descreve.
Pai de uma menina e dois adolescentes, Heber faz questão de levar os dois garotos mais velhos para ver a realidade diferente da que eles estão inseridos. O primeiro filho, hoje com 18 anos, teve uma grande supresa na primeira experiência com o voluntariado, quatro anos atrás. ;Ele ficou muito emocionado porque viu uma menina dizendo que esperava o ano inteiro para ganhar aquele presente simples, enquanto ele leva uma vida diferente. Vi o crescimento dele, o quanto ele mudou. Nós crescemos com os filhos quando eles aprendem;, orgulha-se o pai.
A criadora do projeto, Nazareth Teixeira da Costa, conta que uma década depois de começar o projeto, teve quase todos os sonhos daquele início realizados. ;Nós modernizamos o serviço, começamos a visitar creches, enxergamos o dinheiro sendo aplicado. Fico feliz em ver como a sociedade brasiliense abraçou o Correio Solidário. E se não fosse o voluntariado, não teríamos chegado aonde estamos. É um fator importante, o que impulsiona o trabalho;, comemora.
O programa cresce a cada ano. Atualmente, são 18 instituições beneficiadas. No serviço voluntário desde o começo do Correio Solidário, o servidor público Marcos Marques, de 46 anos, acredita que a principal recompensa é ver a alegria das crianças com a doação de tempo, carinho e brinquedos. ;Faço várias outras ações na cidade, visito abrigos. Sempre que posso, gosto de ajudar as crianças mais carentes. Fico muito feliz em ver o sorriso delas, o olhar brilhante dos pequenos. Acredito que a festa deste ano será ainda melhor que a do ano passado;, afirma.
Para a presidente do Centro Comunitário da Criança, em Ceilândia, Hellen de Paula Mota, quem mais ganha com o trabalho é o próprio voluntário. ;A pessoa pensa que está fazendo um bem muito grande para quem está recebendo, e não consegue perceber, ou não sabe que, naquele momento, o que ela recebe em troca é muito maior. Não tem nada que pague essa sensação de alegria, de poder oferecer às crianças um sonho;, define. O centro que ela preside é beneficiado pelo Correio Solidário desde o início do programa, e hoje tem capacidade de atendimento para mil crianças.
Quer ajudar?
Festa de Natal do Correio Braziliense Solidário
Data: 15 de dezembro, no período matutino, no Colégio Mackenzie.
Inscrições para voluntariado pelos telefones 3214-1426 ou 3214-1403.
Reunião de voluntários: 11 de dezembro, às 19h, no Correio Braziliense.
Para trabalhar, é preciso ter, no mínimo, 13 anos.