Saia comprida, cabelos longos, rosto sem maquiagem, pernas sem depilação. Para muitas pessoas, esse é o retrato das mulheres que seguem a fé evangélica. O conceito construído ao longo dos anos com base nesse estereótipo criado em torno delas começa, aos poucos, a mudar. ;Eu mesma tinha um certo preconceito em relação aos evangélicos. Nasci em uma família católica e, até os 15 anos, frequentava a missa;, conta a advogada Priscilla Tasso, 25 anos, convertida há sete. Nem de longe ela se enquadra na descrição do início do texto. Elegante, articulada e bem-sucedida, representa o novo perfil das mulheres cristãs, como elas mesmas se denominam.
Na igreja, enquanto Priscila comanda um dos maiores templos do DF, o de Ceilândia, a irmã toca a área administrativa do grupo e é responsável por uma editora. Em breve, ela vai estrear um programa de tevê. Tanto trabalho reflete a expansão e a força das igrejas neopentecostais no país. ;O preconceito da sociedade em geral (em relação aos evangélicos) acontece por uma barreira criada desde sempre. O Brasil foi um país católico em sua gênesis. Assim, uma nova maneira de interpretar a fé soa como algo diferente, e as pessoas têm muita reserva. A tendência é o desaparecimento desse preconceito, pois já não podemos ser considerados um país de maioria católica. Acredito que, até 2020, seremos maioria;, acredita Lúcia Rodovalho.