A expectativa dos lojistas é de que as vendas no JK Shopping & Tower tenham início em novembro. Mas o atual cenário preocupa o Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista-DF). O presidente da entidade, Antônio Augusto de Morais, explica que os empresários continuam trabalhando para abrir as portas das lojas no próximo sábado. ;Caso isso não ocorra, será criado um certo transtorno e um clima de insegurança, pois, uma vez cancelada a inauguração, não há previsão de abertura;, explica. O empreendimento é um dos alvos da Operação Átrio, que investiga a concessão irregular de alvarás emitido pelas administrações de Taguatinga e de Águas Claras.
Proprietário de uma rede de joalherias com 14 lojas espalhadas pelo DF, inclusive em outros shoppings, Abílio Antônio de Oliveira acredita que a mais nova delas entra em funcionamento no próximo dia 16. Ele não sabia, no entanto, que o empreendimento está sem habite-se. ;Acho que o shopping deve se preocupar com essa questão, não os lojistas;, afirma. Caso a inauguração não aconteça, o prejuízo será imenso. ;Não é com um toque de mágica que se abre uma loja. Além da montagem, do investimento físico, da instalação e da compra do local, como faz com a mercadoria para vender no fim do ano? Mais do que isso, são oito funcionários contratados para trabalhar na loja;, diz o comerciante, há nove anos no ramo das joalherias.
A empresária Laura Oliveira está à frente de uma franquia de cosméticos há 36 anos. Para abrir a unidade no centro comercial não chegou a se atentar para a existência do habite-se. ;Inclusive eu entrei com a documentação para pedir um empréstimo no banco e não me questionaram nada. Quando a gente entra num empreendimento desse porte, não acredita que tenha alguma coisa ilícita envolvida.; Qualquer adiamento da inauguração acarretaria em perdas para ela e para os colegas. ;Todo mundo já gastou dinheiro a rodo. Os investimentos são altíssimos. É de chorar pensando nisso;, reconhece. Mesmo assim, tem convicção de que o shopping será aberto na data anunciada.
Assim como os demais lojistas, o sócio de uma rede de alimentação Vicente Estevanato também trabalha com a data estipulada. ;Eu estou tocando todos os negócios dentro do nosso plano. Não conto com uma possibilidade dessas (de adiamento);, alega. Além de todo o montante empregado nas obras, já em fase de acabamento, ele tem 30 funcionários contratados e em treinamento em outras lojas. ;Antes de se interromper a abertura de um shopping, é preciso pensar no número de empregos diretos que vamos criar, além dos impostos ao governo;, ressalta.