A Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal quer informações sobre o que os órgãos de segurança pública do DF têm feito para encontrar o auxiliar de serviços gerais Antônio Pereira de Araújo, 32 anos. Desaparecido há 164 dias, em Planaltina, a suspeita é de que pelo menos seis policiais militares, entre cabos e sargentos, estejam envolvidos. Apesar de a Polícia Civil do DF alegar atenção especial ao caso, a família ainda não obteve respostas convincentes sobre o andamento das apurações.
A presidente da comissão, senadora Ana Rita (PT-ES), pediu uma reunião com o secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, para saber quais providências estão sendo tomadas. O encontro está marcado para as 16h de hoje, na sede da pasta brasiliense. A parlamentar encaminhou ofícios para as polícias Civil e Militar e à secretaria a fim de cobrar uma solução do caso. ;A comissão instaurou procedimento regimental para receber informações do inquérito, porém, até agora, não obteve respostas com as apurações dos poderes locais. Queremos que haja resposta aos pleitos e resultado das investigações com mais presteza;, afirma a senadora.
Segundo ela, mais de cinco meses sem conclusões periciais e sem respostas a questões básicas do sumiço provocam ;grande preocupação;. ;Assim como Amarildo de Souza não foi esquecido (leia Memória), nenhum Antônio Araújo ou operário e operária do Brasil podem desaparecer sem que seus paradeiros ou justiça seja alcançada para as suas famílias;, ressalta.
As circunstâncias do desaparecimento de Antônio chamaram a atenção dos parentes. Ele teria sido detido por PMs na chácara do sargento Valdemiço Salustriano de Souza, 48 anos ; a propriedade fica no Córrego do Atoleiro. Segundo consta no inquérito, ao qual o Correio teve acesso, o auxiliar de serviços gerais foi encontrado por volta das 4h40 nas terras do sargento, sem camisa e de bermuda. Ele apresentava um arranhão nas costas e sinais de embriaguez, segundo os depoimentos dos PMs.
De acordo com a PM, Antônio foi conduzido à 31; Delegacia de Polícia (Planaltina) e liberado em seguida por não ter antecedentes criminais. Entretanto, não há nada que comprove a passagem dele pela unidade policial. Existem contradições nas versões contadas pela PM e por um escrivão da Polícia Civil. O auxiliar de serviços gerais foi visto pela última vez pela mãe, a aposentada Felícia Pereira de Araújo, 70 anos. Antônio deixou a casa dela por volta das 14h de 26 de maio para encontrar o irmão em uma residência distante cerca de 800m. Pretendia assistir o jogo entre Santos e Flamengo, mas não apareceu.
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