Jornal Correio Braziliense

Cidades

Bares de Brasília amargam 15% de aumento para cervejas e petiscos

Até o fim do ano, donos de bares vão subir o preço de comidas e bebidas alcoólicas. Segundo eles, impostos e encargos trabalhistas são as explicações para a alta. Clientes reclamam e sindicatos dizem que há perigo de perda da freguesia

Leonardo Abecassis, professor" />
A cerveja e o petisco nos bares do Distrito Federal ficarão 15% mais caros até dezembro. Os donos e gerentes de estabelecimentos comerciais da capital já programam o aumento na época em que os brasilienses vão a esses lugares para as comemorações de fim de ano. Impostos sobre a indústria de bebidas, altos encargos na folha de pagamento de funcionários, dificuldades em pagar o aluguel e até o valor da mão de obra estão entre os motivos apontados por empresários para o repasse dos preços aos fregueses.



A reportagem do Correio Braziliense percorreu mais de oito estabelecimentos nas asas Sul e Norte. Empresários e gerentes reclamaram, principalmente, do imposto sobre a cerveja, que subiu aproximadamente 50% nos últimos três anos, segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). Também se queixam da folha de pagamento dos funcionários, composta de várias obrigatoriedades trabalhistas. Na visão deles, esses impostos deveriam se tornar uma alíquota única de 1% a 2% do valor bruto do faturamento da casa, o que reduziria os encargos.

Valter Gonçalves, vigilante" />
Gerente do bar Piauí, na 403 Sul, Maico Gurgel conta que já aumentou em 15% o valor da cerveja para o setor da distribuidora. Com o cardápio do bar sendo reformulado, ele espera que o público da casa não diminua. ;Nosso bar já tem um preço mais acessível. Estamos sendo obrigados a fazer a alteração, já que nossa clientela diminuiu nos últimos tempos. Esse repasse vai se alastrar para outros bares;, alerta. Na 206 Sul, a gerente do Libanus, Isabela Marinho, também prevê reajuste até o fim do ano, ;por conta dos impostos e do preço da mercadoria;. ;Posso dizer, no entanto, que o aumento para a clientela não virá no preço da cerveja. Provavelmente, faremos o repasse em pratos e petiscos.;

Sócio-gerente do bar e restaurante Fausto & Manoel, Adilson Colognese explica que o estabelecimento arca com os impostos enquanto pode, mas que ;certamente, até o fim do ano, haverá repasse das despesas para a clientela;. Ele reclama do alto valor dos impostos e lembra que, em dezembro, surgem novas despesas para os estabelecimentos, como o 13; salário dos funcionários. ;Em Brasília, também pagamos um preço alto pelo aluguel. É grande a possibilidade de uma alta nos preços;, afirma. Proprietária do Acarajé da Rosa, Rosângela Souza diz que, nos últimos três anos, não mudou os preços do cardápio e que a casa está defasada em relação a outros estabelecimentos. ;Até agora, arcamos com o prejuízo;, reclama.

No Beirute, um dos mais tradicionais bares de brasília, a estratégia tem sido atrair a clientela com promoções. Porém, de acordo com Francisco Emílio, um dos proprietários, eles também estudam um novo aumento até o fim do ano ; o estabelecimento já reajustou os preços no cardápio em 2013. ;Estamos buscando uma solução. O aumento no imposto sobre a indústria de bebidas foi significativo e também temos uma série de obrigações de fim de ano. Estamos fazendo as contas e tentando ao máximo não repassar isso para o consumidor, ou para que, ao menos, o repasse seja mínimo;, explica Emílio.