Líder comunitária, Abadia começou sua história com a Estrutural em 1993, quando parte da família mudou-se para a cidade e passou a viver da reciclagem. Aos poucos, a costureira decidiu abandonar agulhas e tesoura e investir no reaproveitamento do lixo. O barracão usado para separar os resíduos virou ponto de encontro da meninada da região, que, na década de 1990, nem sequer contava com escolas ou qualquer outro serviço público. A estrutura improvisada foi ganhando ares de biblioteca. ;A gente encontrava uma estante e levava para lá. Pegava um baú e usava para guardar os livros e evitar que sujassem;, lembra.
De 1998 a 2005, o espaço cresceu. Chegou a acumular 8 mil exemplares. Os empréstimos e devoluções sempre foram feitos de maneira informal, quase de forma intuitiva. A mineira de Unaí, que fez magistério e sempre sonhou em ser professora, lembra que chegou a inventar um código próprio de catalogação dos livros, na tentativa de organizar o acervo. A estrutura precária do local, que não oferecia um ambiente seguro especialmente para as crianças, foi alvo de preocupação do Conselho Tutelar e, aos poucos, as atividades da biblioteca improvisada acabaram reduzidas.
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