Que a infância é tempo de brincadeira não há quem conteste. Tanto a concepção filosófica quanto a sabedoria popular defendem que, até os 10 anos, no mínimo, a ordem é se divertir e aprender de forma lúdica. Essa fase, porém, pode agregar valores e tarefas conforme o contexto social e histórico em que a criança está inserida.
Uma preocupação que se firmou nas últimas duas décadas foi a de proteger as crianças. ;A infância tende a ser mais protegida por causa da falta de competência do mundo. As ameaças trazidas pelo trânsito e pela criminalidade implicam uma tentativa mais evidente de afastar as crianças de tudo isso;, analisa.
Convivência
De falta de convivência familiar Matheus de Souza Fidelis Rodrigues, 10 anos, não pode reclamar. Ele e a mãe, a bancária Rosicler Silveira de Souza, 45 anos, costumam dividir bons momentos juntos. ;Gosto de levá-lo para pegarmos gravetos e construirmos bonecos e também para jogar partidas de tabuleiro;, conta a mãe. O garoto considera ter uma infância satisfatória: ;Eu me sinto feliz. Acho que ser criança é se divertir, não ficar preso a um local só;, imagina. Mas nem só de diversão ela se configura, segundo Matheus. ;É um tempo de aprender e de estudar para ter um futuro melhor;, acrescenta.
Estar atento ao comportamento dos filhos é uma das obrigações primordiais dos pais, defende o psicólogo Costa Júnior. ;Os pais precisam ser companheiros da infância, estarem comprometidos com o desenvolvimento deles;, defende.
Algumas das formas de se fazer, de fato, presente na vida dos pequenos é identificar as preferências dos pequenos, entendendo o que lhes agrada ou não, o que os magoa e os alegra. ;Assim, os pais se tornam capazes de construir um ambiente facilitador ao crescimento saudável e sem traumas;, explica.
Por fim, a escola é também tão importante quanto o contexto familiar. ;A escola deve ser prazerosa, sensitiva às necessidades infantis. Se a instituição não estiver preparada para entender as peculiaridades de cada um, torna-se uma obrigação desagradável;, afirma.