Depois da definição das filiações partidárias, têm início as costuras políticas para que grupos possam viabilizar seus projetos dentro de um cenário que deve ser bem disputado em 2014. Com a manutenção da parceria entre PT e PMDB, o governador Agnelo Queiroz, que é petista, terá o desafio de negociar com partidos que carregam consigo tempo de televisão e capilaridade no boca a boca de campanha. No campo da direita, os nomes mais tradicionais ainda não se definiram em torno de uma proposta única, o que representa uma incógnita para o eleitorado. Já a pré-candidatura do senador Rodrigo Rollemberg (PSB), reforçada pela chegada da ex-senadora Marina Silva ao partido, deve buscar apoio no campo socialista, com o desafio primordial de convencer o PDT local a embarcar em seu projeto próprio.
A hora para os caciques é de apresentar propostas que conquistem a simpatia de outras siglas, seja para manter as atuais alianças ou para inflá-las. Isso significa que, até 30 de junho, prazo final para a consolidação das coligações entre legendas, muita costura será realizada. O que está posto, até agora, é que, em consonância com as principais pré-candidaturas do plano federal, PT, PSB e PSDB também deverão apresentar nomes próprios na disputa pelo Buriti. Contudo, um dos principais entusiastas do projeto de Marina Silva no Distrito Federal, o deputado federal José Antônio Reguffe (PDT), afirma que não desistiu de lançar uma candidatura própria, embora a aliança com Rollemberg seja dada como certa nos bastidores.
Apesar de o pedetista ter participado da filiação de Marina Silva ao PSB, no sábado, ele defende o lançamento de um nome próprio para o governo, no plano local e nacional. Segundo Reguffe, o compromisso com a ex-ministra do Meio Ambiente terminou devido ao veto da Justiça Eleitoral à criação da Rede Solidariedade, que não poderá participar do pleito do ano que vem. ;Apoio a Marina porque ela representa uma nova forma de governar e, diante da inviabilidade da Rede, volto ao lugar onde sempre estive, que é de lutar arduamente pelo lançamento de um projeto próprio e diferente, que não vejo na candidatura do Eduardo Campos;, critica. Reguffe, no entanto, não aposta em nomes e nem em alianças. ;Me apresentarei em uma candidatura ao governo ou ao Senado, mas, primeiro, preciso que essa tese vença no PDT;, diz.
Impulsionada pela chegada de Marina Silva ao PSB, a pré-candidatura de Rollemberg antecipa a expectativa de que a disputa pelo Buriti será definida apenas em segundo turno, pois deixa ainda mais pulverizado o quadro. Segundo Rollemberg, a composição de uma aliança ;não é um dilema imediato;, mas a costura deverá ocorrer com partidos ;com identidade histórica no campo da esquerda;. ;Esta semana, vamos procurar os representantes da Rede em Brasília para definir nossa candidatura, que deve chegar em uma perspectiva de desprendimento, buscando o melhor projeto para o DF. A partir daí, prevejo uma aproximação com outros partidos do nosso campo, como PDT, PSol, PV e PPS;, avisa.
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