Aos 26 anos, o servidor público Silvio Barbosa da Silva Júnior conseguiu o que muita gente leva uma vida inteira para conquistar: comprou um apartamento. Antes de fechar o negócio, pesquisou seis meses até encontrar um imóvel que reunisse três requisitos: planta, localização e um preço que coubesse no orçamento. Optou por adquirir o apartamento na planta, com entrega marcada para dois anos após o fechamento do negócio, prazo que a construtura não cumpriu. E esse foi só o primeiro dos problemas.
Sílvio conta que o contrato previa o pagamento de multa em caso de atraso superior a seis meses ; a demora foi de um ano. Mas o valor era tão irrisório que compensou aceitar o desconto no saldo devedor oferecido pela empresa. Quando, finalmente, se mudou, há um ano e meio, mais problemas. ;O sistema de gás até hoje não funciona. Estou tendo que trocar fogão e forno a gás por outros que funcionam a eletricidade. Teve vazamento na piscina e uma série de outros defeitos de acabamento no prédio. Alguns, a construtora reparou. Outros, nem tomou conhecimento;, reclama o Silvio.
Assim que o condomínio foi instituído, os moradores entraram na Justiça. Perguntado o que faria diferente hoje, o servidor diz que pensaria duas vezes antes de comprar o imóvel na planta. ;Também pesquisaria mais sobre a construtora e sobre o processo de financiamento. A gente acaba caindo na lábia do vendedor que faz tudo parecer fácil e simples;, comenta.
Para orientar os compradores, o Sindicato da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon/DF) lançou a terceira edição da Cartilha Imobiliária. O livreto, com 42 páginas, traz dicas para quem deseja comprar a casa própria, que vão desde a posição do sol em relação ao imóvel até considerações sobre a necessidade de o comprador pesquisar o histórico da construtora do empreendimento, da imobiliária ou do corretor com quem faz negócio (veja quadro). ;Sentimos a necessidade de lançar a terceira edição para atualizar o comprador sobre novas regras e também para esclarecer quais são os órgãos fiscalizadores e as obrigações de cada um deles;, explica Júlio Peres.
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