A coordenadora executiva da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais e Quilombolas (Conaq), Núbia de Souza, diz que os povos tradicionais têm papel importante na conservação do meio ambiente. "Somos impactados por ações de empresas e do governo. Queremos preservar a história de nossos antepassados. Para alguns é cultura brasileira, para nós [a terra] é nosso santuário", diz. "Se o Congresso abre as portas para os ruralistas, tem que abrir para os indígenas e quilombolas".
Os protestos seguem por toda a semana e indigenistas e ambientalistas organizam uma série de atividades contra as violações dos direitos territoriais das populações indígenas. Convocada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), a manifestação tem o objetivo de defender a Constituição, os direitos de povos indígenas e tradicionais, e o meio ambiente. De acordo com os organizadores, foram confirmados atos em quatro capitais: Brasília (DF), São Paulo (SP), Belém (PA) e Rio Branco (AC).
Em conjunto com a Apib, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o Centro de Trabalho Indigenista (CTI), o Instituto Socioambiental (Isa) e o Greenpeace lançaram ontem (30), o site republicadosruralistas.com.br, para identificar os parlamentares que apoiam projetos que, de alguma forma, prejudicam as comunidades tradicionais. No site também serão relatadas as articulações que serão feitas durante a semana. Amanhã (2), o grupo tem audiência marcada com a bancada ruralista no Congresso Nacional. Ao final da semana de mobilização, no sábado (5), caso não seja feita a audiência com a presidenta, a intenção é encaminhar uma carta a Dilma Rousseff.