Jornal Correio Braziliense

Cidades

Cuidados especiais e chamego fazem parte da relação entre tratador e animal

O Correio acompanhou as primeiras horas no Zoológico de Brasília, momento em que tratadores e animais se aproximam com mais intensidade

Uma mistura de mundos ganha vida no coração de Brasília. África, Ásia e as Américas preenchem espaços com feições dóceis e selvagens, entre presas e pelos, sobre ou sob a água. Ao mesmo tempo, brasilienses dos mais simples transitam apressados com baldes de carne crua, garrafões de água, bacias de frutas e legumes, sacos de ração e capim, transportados nos ombros ou na cabeça. Tigres, elefantes, girafas, macacos e até um rinoceronte se animam com a presença desses humanos, bem diferentes daqueles que aparecem apenas para admirá-los, no Zoológico da cidade. Poucos conhecem, no entanto, a rotina do local, principalmente nas primeiras horas da manhã.

É também nesse momento que a convivência entre homens e animais mais cria laços de amor e fidelidade. Os grandes felinos, por exemplo, ficam calmos quando ouvem a chamada de vozes conhecidas. Mesmo aqueles que só podem conviver com os tratadores por trás de grades se entusiasmam com a companhia desses homens, os cuidadores. Alguns deles inclusive recebem licença para entrar nas jaulas e servir comida com a mão, de tanta confiança que existe.



Entre bocejos pidões e rosnados assustadores, Laila, Nina e Rabisco aguardam ansiosos pela refeição. Ronaldo Macedo, 33 anos, e Vitorino Júnior, 32, responsáveis pelos felinos, entram na área própria para alimentação e chamam os bichos. Com eles, os animais ficam tranquilos, mas se irritam e rosnam se um desconhecido estiver por perto. Chegam a se jogar nas grades. Só se acalmam quando Ronaldo e Vitorino se revezam com um cabo que tem uma bola verde na ponta. O felino que encosta o focinho no objeto leva como recompensa a comida.

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