Jornal Correio Braziliense

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Nos últimos dois meses, 68 garotas cometeram atos infracionais no DF

A participação de uma adolescente de 17 anos na morte de um morador de rua no Guará mostra que os delitos graves não estão limitados ao sexo masculino. Nos últimos dois meses, 68 garotas deram entrada em centro de internação

O desfecho de um dos crimes mais covardes e cruéis cometidos nos últimos anos na capital do país envolve uma garota de 17 anos. A filha de um policial federal aposentado do Guará confessou ter jogado gasolina nos moradores de rua que dormiam na praça da QE 18. Edvan Lima dos Santos, 49 anos, acabou consumido pelas chamas e não resistiu aos ferimentos provocados pelas queimaduras. O caso aconteceu no início do mês. A garota foi apreendida pela polícia, ao lado dos dois comparsas, de 15 e 18 anos. Ela se encontra na Unidade de Internação do Recanto das Emas (Unire).

Assim como a adolescente, outras 67 meninas ingressaram no Núcleo de Atendimento Integrado (NAI) do DF nos últimos dois meses. Do total, 26 permanecem internadas, sendo 15 sentenciadas. A quantidade representa 3,5% do total de jovens que cumprem medidas socioeducativas na capital federal. Além da garota suspeita de queimar vivo Edvan, quatro meninas respondem pelo ato infracional de homicídio. Apesar da gravidade do crime, ficarão internadas por, no máximo, três anos, como determina o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)).

A maioria das jovens internadas na Unire tem entre 15 e 17 anos. Vivem, principalmente, em Ceilândia, em Samambaia e em Planaltina, segundo a Secretaria da Criança. De junho até hoje, 68 meninas deram entrada na unidade, mas 27 foram liberadas. Dezessete cumprirão medida em regime meio aberto. Quinze tiveram a sentença definida pela Justiça. Dessas, cinco praticaram roubos e seis, homicídios e tentativas de homicídio ; 40% do total de atos infracionais. Onze estão apreendidas provisoriamente aguardando uma definição, que pode demorar até 45 dias para ser estabelecida

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