; Mãe, eu tô num lugar bom agora, longe da rua. Deus atendeu as suas orações.
; Já estava cansada de chorar, mas graças a Deus, hoje, eu estou sorrindo. Ele tomou conta de você, por onde você andava.
; A senhora tá orgulhosa de mim?
; Tô tão orgulhosa que já separei até umas músicas para cantar na igreja. Eu tô muito alegre. Ficava pensando se você tava passando fome, passando frio.
O diálogo ao telefone aconteceu no fim da tarde de ontem. É um trecho de uma conversa emocionante, que durou 10 minutos, mas demorou três meses para ser possível. De um lado da linha, estava a aposentada Lucenir Mota Carvalho, 62 anos, em Redenção, no Pará. Do outro, o desempregado Adeílson Mota de Carvalho, 37, em uma clínica de reabilitação da Cidade Ocidental (GO).
Distantes 1.165km, mãe e filho não se falavam desde março. O diálogo só foi possível após um ato de heroísmo de Adeílson. Ele virou notícia ao encontrar o universitário Felipe Dourado Paiva, 22 anos. Desaparecido desde o último dia 9, o jovem foi reconhecido por Adeílson sob árvores, no estacionamento da Rodoferroviária, na quinta-feira. Desde então, o ex-morador de rua foi entrevistado por jornais, sites, rádios e tevês. Dessa forma, Lucenir soube do paradeiro do filho.
Confira como foi o bate-papo.
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