Pelo menos 12 manifestantes ainda ocupam a Câmara Legislativa do DF. O grupo deve se reunir ainda nesta quinta-feira (15/8) com a mesa diretora da Casa para discutir a pauta de reivindicações.
Além de pedir a cassação dos políticos que foram condenados no esquema de corrupção conhecido como Caixa de Pandora, o grupo questiona os gastos excessivos com estádios na Copa das Confederações e as licitações da Terracap.
Vanessa Dourado, 29 anos, afirma que o grupo ganhou mais apoio após a divulgação do protesto na impresa. Entretanto, os novos manifestantes são impedidos de entrar no local. "Não faz sentido colocar uma placa falando que a Câmara é a casa do povo, e sermos barrados por seguranças na porta" disse.
O autônomo Diego Dutra, de 28 anos, informou que todo movimento é filmado e transmitido pelo Twitter (#OCUPACLDF). De acordo com Diego, os vídeos tiveram 2 mil acessos do mundo inteiro.
O grupo está no local desde terça-feira (13/8). O presidente da CLDF, Wasny de Roure, que garantiu acesso a água, banheiro e energia elétrica durante o protesto. Eles também poderão pedir comida no local.
Denúncia
Os seguranças da CLDF teriam agredido pelo menos quatro manifestantes no estacionamento do órgão na noite dessa quarta-feira (14/8).
O chefe interino da policia legislativa da Câmara, Tássio Morais, disse que a ordem da presidência da Casa é não haver conflito, e prometeu que o caso será investigado. No entanto, ele relatou que em uma das tentativas de invasão, os manifestantes teriam jogado um pedestal contra os seguranças no intuito de manter a porta aberta para que outras pessoas entrassem e isto teria ferido o funcionário.
Um dos manifestantes, Vinicius Lobão, integrante do Comitê Popular da Copa do Distrito Federal, conta que foi arrastado pelos seguranças, além de levar chutes e spray de pimenta no rosto.
Processo disciplinar
A mesa diretora da Câmara deve decidir, ainda nesta quinta-feira, a proposta de abertura do processo disciplinar contra os distritais Benedito Domingos, Roney Nemer e Aylton Gomes.
Os deputados são acusados de receberem mesada em troca de apoio político ao então governador Arruda. Aylton Gomes foi condenado pela Jusiça local a pagar R$ 2,9 milhões em ação de improbidade administrativa. Rôney Nemer foi condenado a ressarcir os cofres públicos em R$ 2,1 milhões e Benedito Domingos foi condenado à devolução de R$ 28 milhões. Todos estão com os bens bloqueados.
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