. Ellen Samara Moraes de Lucena, 33, confessou ter cometido o assassinato e, segundo o laudo do Instituto de Medicina Legal (IML), ela queimou a vítima ainda viva. ;Ellen acreditava que se queimasse o corpo da vítima seria mais difícil a identificação pela polícia e, assim, conseguiria fugir antes de ser descoberta. O documento do IML aponta que a região do corpo mais afetada pelo fogo teria sido o rosto de Ananci;, explicou a titular da 1; Delegacia de Polícia (Asa Sul), Mabel de Faria, responsável pelo caso.
[SAIBAMAIS] Ainda de acordo com Mabel de Faria, Ellen ficou com a quantia e forjou ter fechado o contrato de locação do imóvel. Para isso, ela se passou por uma funcionária da Câmara Legislativa e apresentou um contracheque falso para o proprietário do apartamento, com o nome de Ana Lúcia Moraes. ;Ele teria desconfiado da documentação e solicitado um tempo para checar as informações. A Ellen providenciou um comprovante bancário de depósito no valor de R$ 7,5 mil equivalente a seis meses de aluguel, na tentativa de iludir o proprietário e conseguir a liberação das chaves do local;, contou Mabel.
O dono do apartamento constatou que o envelope estava vazio e que não havia nenhum dinheiro depositado em sua conta bancária. Ele exigiu a devolução das chaves. A sociedade entre as duas não se concretizou e a suspeita do crime acabou não devolvendo o valor à vítima. Dessa forma, teria começado o desentendimento entre as duas há cerca de três semanas.
Segundo a delegada, Ananci teria comentado com amigos sobre o golpe que sofreu de Ellen e a tentativa de recuperar os R$ 7,5 mil. ;Ela cobrou a suspeita durante três semanas e disse a uma amiga próxima, na última segunda-feira, que teria uma conversa definitiva com Ellen. O objetivo da vítima era conseguir a devolução da quantia;, afirmou Mabel de Faria.
Ananci foi vista pela última vez na entrada do prédio da suspeita, o Bloco P da 415 Sul, por volta das 19h de segunda-feira. Ellen, que foi presa logo depois de o corpo ser encontrado, contou que as duas iniciaram uma discussão e, ao perceber que não teria saída, optou por chamar a vítima para conversar nas escadas do prédio devido à presença dos dois filhos no imóvel. ;Nessa hora, a suspeita do crime empurrou Ananci escada abaixo e, em seguida, chutou o rosto da vítima, que ficou desacordada;, detalhou a delegada.
Álcool e fogo
Logo depois, conforme ela mesmo contou na delegacia, Ellen envolveu o corpo de Ananci em um lençol e o puxou para o gramado externo do prédio. Voltou ao apartamento, pegou álcool e fósforo e ateou fogo na vítima. As imagens do circuito do bloco filmaram toda a movimentação. Apesar dos requintes de crueldade, Mabel garantiu que o crime não foi premeditado.
Não é a primeira vez que Ellen apresenta documentos falsos para locar imóvel. Segundo a polícia, utilizou o mesmo método para fechar o contrato de um mês de aluguel do apartamento na 415 Sul. Os proprietários do local compareceram à delegacia ontem e fizeram uma ocorrência contra ela, no qual exigem a devolução imediata do imóvel.
Ellen Samara Moraes de Lucena deverá responder por homicídio triplamente qualificado, por motivo fútil, emprego de meio cruel e sem possibilidade de defesa da vítima. Além disso, a suspeita será julgada por outros crimes de estelionato praticados anteriormente. Se condenada, pode pegar mais de 30 anos de prisão. ;Ela é uma estelionatária contumaz. A suspeita já havia sido presa em 2011, no Cruzeiro, por essa prática;, disse Mabel de Faria.
Veja as imagens do circuito de segurança:
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