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Cidades

'Tinha sangue nas mãos dos agressores', diz amigo de jovem espancado

Segundo a denúncia, os jovens eram capoeiristas e profissionais de lutas, alguns até professores



O promotor Maurício Miranda perguntou à Juliana se era amiga de algum dos acusados. Ela respondeu "não" e chorou. No entanto, afirmou que conheceu Fernando Lacraia em um churrasco do dia anterior ao espancamento.

Durante todo o depoimento, Juliana olhava para os advogados de defesa. Maurício ironizou, "não precisa olhar para o advogados. Todo mundo aqui é feio".

Entenda o caso

Luiz Alberto teria saído para comemorar o aniversário com o amigo Neneco e a namorada em uma festa na boate. Ao saírem, eles perceberam que o pneu do carro estava vazio. Enquanto Luiz Alberto trocava o pneu, Neneco e a namorada conversavam encostados na traseira do carro.

Segundo testemunhas, o casal foi surpreendido pelo carro de Fernando Lacraia vindo de ré rapidamente em direção a eles. Para alertar o perigo de colisão, Luiz Alberto teria dado um toque no vidro do carro em que se encontravam os suspeitos. Dois deles teriam descido do veículo para tirar satisfação.

Lacraia teria iniciado uma série de golpes nas costas de Luiz Alberto. Quando ele tentou fugir, o suspeito deu vários socos na cabeça, no ouvido e na nuca de Luiz, até derrubá-lo. Enquanto isso, os outros suspeitos saíram do carro e começaram a espancar Neneco, atingindo-o principalmente na cabeça e no peito, de acordo com a denúncia.

A promotoria afirma que os suspeitos continuaram o ataque contra Neneco mesmo caído e desmaiado, sem condições de reagir. Pessoas que passavam pelo local chamaram a polícia e o Corpo de Bombeiros e gritavam para que os suspeitos parassem com o ataque.


Neneco foi hospitalizado, passou por diversas cirurgias e, após nove dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), faleceu. Segundo a denúncia, os suspeitos eram capoeiristas e profissionais de lutas, alguns até professores. "Eles agiram simultaneamente, impossibilitando qualquer gesto defensivo da vítima." Amigos e familiares de Neneco realizaram uma manifestação pela paz no mesmo ano do crime.

Os suspeitos vão responder perante júri popular por homicídio qualificado por motivo fútil, praticado por meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. Fernando Lacraia também responderá por lesão corporal a Luiz Alberto. O suspeito Thiago Martins será julgado separadamente, pois teve o processo desmembrado em virtude de nova condenação penal ocorrida em 2007.

Com informações de Mara Puljiz.


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