Jornal Correio Braziliense

Cidades

Brasilienses disputam para adotar bebê abandonada no Recanto das Emas

Investigadores da 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas) seguem à procura da mãe de Vitória. Assistentes sociais do HRSam ajudam a polícia a localizar os parentes da recém-nascida

Abandonada pela mãe em uma calçada no Setor de Chácaras do Recanto das Emas, Vitória mudou a vida dos moradores da região. A pequena foi encontrada suja de sangue e ainda com o cordão umbilical, por volta de 6h40 de domingo último, sem nenhuma coberta, por uma moradora. Ela pediu ajuda de vizinhos e acabou sendo levada por policiais militares pra o Hospital Regional de Samambaia (HRSam). Ontem, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal informou que ela passa bem. Dois casais de moradores querem adotá-la. Mas o futuro da recém nascida é incerto. A Polícia Civil procura a mãe ou parentes da nenê e qualquer possibilidade de adoção só acontecerá após a Vara da Infância e da Juventude contatar os parentes da menininha. Se tios ou avós não puderem ficar com ela, então outra família ganhará o direito de acolhê-la. Investigadores da 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas) seguem à procura da mãe de Vitória. Assistentes sociais do HRSam ajudam a polícia a localizar os parentes da recém-nascida. Ontem, os três sargentos da Polícia Militar que levaram a bebê para o hospital tentaram visitá-la. A mesma intenção tiveram a dona de casa Maria das Graças Araújo, 59 anos, que a encontrou, e o radialista Euler Márcio Carlos Bezerra, 34, que embrulhou a criança na própria camisa, a levou para casa e foi até o posto policial pedir a ajuda da PM. Porém, ninguém pôde vê-la, enquanto as questões legais sobre o abandono da criança não forem resolvidas. Somente funcionários do HRSam têm acesso à bebê. Maria das Graças insiste que, após uma possível adoção, gostaria de ser avó da criança. A dona de casa encontrou Vitória por acaso, quando decidiu mudar o caminho para ir à padaria e andar um pouco mais. A pequena sofria de hipotermia e tinha dificuldades respiratória. Deu entrada no HRSam em estado grave mas, no fim do mesmo dia, estava fora de perigo. Ontem, ela se alimentava sem necessidade de sonda. %u201CEla melhorou espontaneamente. Não tem sinais de infecção, mas ainda estamos fazendo alguns exames. A equipe ficou comovida e muita gente quis visitar ou ligou em busca de notícias%u201D, explicou a coordenadora da Neonatologia do hospital, Luciana Russo.