Moradores de Sobradinho reclamam da divergência de resultados entre os exames de leishmaniose da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) e os de clínicas veterinárias particulares. Com as versões positiva e negativa do teste em mãos, os donos enfrentam o dilema de sacrificar o bicho de estimação ou mantê-lo em casa.
Em janeiro, o Centro de Zoonoses visitou alguns condomínios da região administrativa, considerada endêmica, para colher amostras de sangue dos cães e alertar a população sobre a doença. Seis meses depois, os agentes retornaram às casas para avisar sobre o resultado dos testes. Nos casos positivos, a recomendação era recolher o animal e sacrificá-lo.
Quando o servidor público Jefferson do Couto Bispo, 48 anos, soube que a cadela da raça pastor-alemão poderia estar infectada, ele pediu ao veterinário da SES alguns dias antes de entregá-la. ;Eles chegaram com o resultado positivo e meus filhos e minha esposa ficaram surpresos, choraram muito. Pedimos dois dias e eles me fizeram assinar um termo segundo o qual me responsabilizaria por colocar em risco a saúde de outras pessoas;, revela.
Depois do susto, eles resolveram procurar um veterinário da Universidade de Brasília para comprovar a doença. Na clínica do professor, a família pagou R$ 750 por quatro novas análises, com amostras da medula óssea do cachorro. O resultado, segundo o veterinário: a cadela não tem leishmaniose. ;Se a doença é tão perigosa a ponto de assinarmos um documento de responsabilidade, por que levaram seis meses para me procurar, sendo que o diagnóstico fica pronto em três semanas? Eles devem ter algum erro no método ou no lote;, questiona o servidor.