A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE) divergem sobre quem seria o responsável por impedir que a massa de manifestantes tentasse invadir o Palácio Itamaraty. Na quinta-feira, durante manifestação na Esplanada dos Ministérios, um grupo avançou sobre a rampa, quebrou vidraças e tentou incendiar o prédio. A polícia conteve os vândalos antes que entrassem no prédio e garante que foi até além da atribuição da corporação, pois a segurança seria responsabilidade da Marinha, que, por sua vez, afirma só atuar no interior do palácio. De acordo com a Marinha, a PM é quem responde pela área externa.
Ainda que a segurança na Esplanada dos Ministérios estivesse reforçada pela presença de milhares de policiais, o local onde fica o Itamaraty acabou desguarnecido, já que a maior parte dos militares fazia um cordão de isolamento em frente ao Congresso Nacional e impedia o acesso ao Palácio do Planalto. Uma fonte na PM informou ao Correio que, na hora da tentativa de invasão, só havia um fuzileiro naval de prontidão na área frontal do palácio. ;Se o Itamaraty sabia de tamanha manifestação, deveria ter informado a Marinha para reforçar a segurança;, disse o oficial. Após a tentativa de invasão, 60 fuzileiros foram mandados para a Esplanada. Mas aí o estrago já havia sido feito.
Ontem, o GDF reafirmou que a PMDF agiu de maneira correta, tanto que o governador Agnelo Queiroz homenageou os sete policiais que atuaram na proteção do Itamaraty. Entre eles, estava o cabo Wesley de Almeida, 38 anos, que, com uma Bandeira do Brasil nas mãos, pedia para os manifestantes não usarem de violência (veja Depoimento). A assessoria de comunicação da Marinha disse que seu pessoal não poderia fazer a segurança da área externa e que caberia à PM conter o grupo antes que chegasse à rampa. O Itamaraty confirmou essa posição.