A pancada fez a estudante perder a visão por alguns momentos e entrar em desespero. "Eu gritei muito alto, pedi socorro. Alguns alunos escutaram meus chamados e vieram me ajudar", relatou Poliana. Estudantes conseguiram deter o agressor até a chegada da Polícia Militar. Encaminhado para a Delegacia de Repressão a Pequenas Infrações (DRPI), Renato Pereira acabou liberado em seguida. A ocorrência foi registrada como lesão corporal. Um Termo Circunstanciado foi gerado e o agressor responderá em liberdade. O problema é que o morador de rua voltou para as proximidades da universidade. Alunos relataram tê-lo visto na Faculdade de Educação. Embora o fato tenha ocorrido na manhã de terça-feira, somente ontem o comunicado chegou ao Decanato de Assuntos Comunitários da UnB.
Depoimento
"Na terça-feira, às 10h, eu estava no estacionamento da Faculdade de Tecnologia. De repente, saiu esse rapaz de trás de um carro com um porrete na mão. O objeto tinha cerca de 1,5 metro, muito pesado. Ele parou na minha frente e me bateu na cabeça. Ele simplesmente me agrediu, não falou nada. Comecei a gritar e algumas pessoas que estavam próximas me socorreram. Outras foram atrás desse rapaz. Ele foi pego, preso e já foi solto. Disse que não sou a primeira mulher que ele ataca e que também não serei a última. Não consegui dormir à noite. Todas as vezes que eu fechava os olhos, o via parando na minha frente e me batendo. É a coisa mais dolorida do mundo saber que você não pode fazer nada. Uma pessoa vem, te bate gratuitamente, você está dentro de uma universidade e não tem segurança nenhuma. Eu não tenho coragem de voltar. Não sei o que vou fazer. A UnB tem que melhorar a segurança de alguma forma. Se eu estava dentro da universidade, a culpa é da UnB. Alguém tem que ser responsabilizado por isso. Se a pessoa que me bateu não for detida, ela vai agredir outras lá dentro."
Poliana Romeiro Wanderley, 28 anos, estudante do 1; semestre de museologia na UnB
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