Gastos milionários com shows e eventos que viraram motivo de escândalos entre 2009 e 2010 acabam de chegar à Justiça. Desde março, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios entrou com pelo menos quatro ações de improbidade administrativa pedindo a condenação de ex-administradores regionais e antigos gestores de órgãos públicos que liberaram grandes cifras para eventos e festas com indícios de superfaturamento. Além da devolução dos valores, o MP quer a suspensão dos direitos políticos dos envolvidos e a perda dos cargos públicos. Entre os denunciados está o deputado distrital Rôney Nemer (PMDB). No caso das empresas acusadas de envolvimento com o esquema irregular, os promotores querem que a Justiça decrete ainda a proibição de contratar com o poder público.
O caso mais emblemático e de maior repercussão foi o pagamento de R$ 800 mil ao cantor baiano Edu Casanova, em 2009, para que ele divulgasse Brasília durante o carnaval de Salvador daquele ano. A Empresa Brasiliense de Turismo (Brasíliatur) fez a intermediação para o contrato de patrocínio, concedido sem licitação. O valor pago ao artista de axé superou até mesmo o cachê de R$ 492 mil da conhecida banda baiana Chiclete com Banana no ano anterior.