O telefone vermelho
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A mãe acordou os quatro meninos cansados e ansiosos depois de quase dois dias de sacolejos na Rural Willys. ;Olha lá Brasília;. O que viram foi um fio de pérolas no fundo da escuridão. Eram as luzes da cidade inaugurada havia dois anos. Um dos garotos virou artista plástico, um dos mais consagrados da capital. Há quatro anos, Ralph Gehre voltou a morar na casa onde os pais viveram e morreram. Nada mais brasiliense: uma casinha com fachada de cobogó, de frente para a W3 Sul. Faz parte das 500 primeiras unidades construídas pela Fundação da Casa Popular para abrigar servidores públicos que vieram para a capital em construção. Foi numa dessas que Oscar Niemeyer morou nos tempos heroicos.
[SAIBAMAIS]Os guardiões dos cobogós
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Não mais de 10 metros separam a pista de velocidade da W3 da varanda da casa de Ralph. Dela, ouve-se o zunzunzum dos carros e vê-se o trânsito de pedestres ; poucos. ;Tem gente que acha minha casa muito devassada, mas já percebi que as pessoas andam muito ensimesmadas. Elas não olham para os lados;, observa o morador da casinha histórica. Da sala, quase não se ouve a zoeira. Se a porta de vidro estiver fechada, o barulho desaparece. O que não some é a experiência de habitar o epicentro de Brasília ; não o dos Três Poderes, mas o da escala ao mesmo tempo gregária e residencial.
Os tapetes e o quadro
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;Fico dois ou três dias sem tirar o carro da garagem. Se eu quero ir ao banco, qualquer deles, posso ir a pé. Quero fazer um curso de inglês? De francês? De alemão? Dá pra ir a pé. Quero ir ao supermercado, à lavanderia? A pé. Quero ir ao Parque da Cidade, ao cinema? A pé. Quero pegar o metrô, quero ir a um bar, a um restaurante, encontrar amigos num café? Vou a pé. Quero ir a uma igreja, de qualquer religião, rezar? Vou a pé.;
Princesa Leia e companhia
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