Um dos responsáveis pela intervenção no Bloco D, o tenente do Exército Flávio José Dias garantiu que ;está providenciando os documentos para legalizar a construção;. Entre a tarde de sábado e a manhã de ontem, foram pintadas com a mesma cor da fachada as paredes de alvenaria que cercam o pilotis. O oficial garantiu que ninguém trabalhará no local até conseguir a autorização da administração. Porém, o Correio flagrou ontem um pedreiro concluindo parte do acabamento externo com cimento. ;Vamos regularizar tudo, tanto com a Administração de Brasília quanto com o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan);, afirmou o militar. A Agefis notificou ontem o condomínio.
O desrespeito ao tombamento praticado na 306 Norte, no entanto, se espalha pelo Plano Piloto. O Bloco E da 310 Sul, por exemplo, instalou barras de ferro entre algumas colunas e em frente ao estacionamento. O síndico, David Sabino, explicou que as instalações têm mais de 10 anos. ;A Agefis não nos procurou para questionar nada. Não na minha gestão. Não sei por que colocaram (as grades), mas elas não destoam a paisagem, não atrapalham a passagem e ainda impedem que carros entrem no pilotis, onde muitas crianças brincam. Não há desnível entre o estacionamento e a área sob o bloco e já foi costume estacionarem ali;, justificou.
No Bloco K da 309 Sul, há uma grade que cerca o lado direito do pilotis. O próprio síndico, Arnaldo Amaral, questiona a presença da estrutura. ;Como proteção, ela não resolve;, avalia. Porém, ele denuncia que os moradores se sentem inseguros e acredita que seria melhor se os espaços públicos abaixo dos prédios fossem cercados. Já no Bloco A da 405 Sul, os condôminos construíram um canteiro ao longo do prédio e travam uma briga burocrática com a Agefis para mantê-lo. ;Deixamos passagens para os pedestres. Construímos a mureta, porque a água da chuva desce para o nosso prédio com muita força e invade as portarias. Está aí por um motivo;, disse a síndica, Juliana Doumet.