Há cinco anos, a professora Edite Machado, 49 anos, conheceu na sala de aula uma estudante com uma história de vida diferente. A menina, de 5 anos à época, morava em um abrigo com dois irmãos mais novos. A criança teve parte do corpo paralisado depois de uma queda na entidade de acolhimento. O drama vivido pela aluna comoveu a professora e a família dela ; formada pelo marido e um casal de adolescentes ;, que decidiram ficar com a jovem e os irmãos.
Dados da Vara da Infância e da Juventude (VIJ) do Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT) revelam que 2012 bateu um recorde histórico de adoções formais no DF. Ganharam um novo lar 62 meninos e meninas, superando 2011, que registrou 51 adoções. Desde 2009, o crescimento no total de adoções foi de 34,8%. A história da menina adotada pela professora Edite representa o perfil que mais cresceu no Distrito Federal desde a criação do Cadastro Nacional de Adoção (CNA), em 2008. A VIJ estima um aumento superior a 80% nos processos de adoção tardia de irmãos, ou seja, de crianças entre 3 e 11 anos que sejam da mesma família nos últimos cinco anos.