O ex-porteiro do bloco C da 113 sul, Leonardo Campos Alves, será reinterrogado pela segunda vez nesta terça-feira (14/5), no Tribunal de Justiça do DF e Territórios. Ele é acusado de envolvimento no triplo homicídio do ex-ministro José Guilherme Villela, de sua esposa Maria Carvalho Mendes Villela e da empregada Francisca Nascimento da Silva, em agosto de 2009. As vítimas foram assassinadas com 73 facadas. Advogados dos réus Francisco Mairlon Barros Aguiar, Paulo Cardoso Santana e de Adriana Villela ( filha do casal Villela, acusada pela polícia de ser mandante do crime) devem estar presentes e fazer perguntas ao suspeito.
Segundo o defensor de Leonardo, Carlos André Bindá Praxedes, o novo depoimento foi solicitado por uma "questão de cautela" para garantir a "qualidade da defesa técnica", uma vez que, segundo ele, o ex-defensor do réu, Frederico Donati Barbosa se afastou do processo em agosto do ano passado. Praxedes não descartou a possibilidade de Leonardo fazer uma "eventual retratação" da versão apresentada durante o primeiro interrogatório, em março do ano passado. À época, o réu negou ter entrado no apartamento dos Villela e disse ter confessado ser o autor da barbárie mediante à tortura praticada por policiais da 8; Delegacia de Polícia (SIA), chefiada pela delegada Deborah Menezes, responsáveis por sua prisão. "É evidente que esta é uma oportunidade de ele apresentar uma nova defesa. Tudo é possível, mas eu, particularmente, não acredito nisso", disse o advogado de Leonardo.
Entenda o caso
O triplo homicídio ocorreu em agosto de 2009, no apartamento onde o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) morava, na 113 Sul. Além José Guilherme Villela, foram assassinadas a mulher dele e a empregada do casal. Os autos do processo foram distribuídos ao cartório no dia 1; de outubro de 2009. Em outubro de 2010, o juiz do Tribunal do Júri de Brasília acatou a denúncia do Ministério Público, na qual quatro réus foram denunciados: Adriana Villela, filha do casal e acusada de ser a mandante do crime; Leonardo Alves, ex-porteiro do bloco onde ocorreu o triplo assassinato; Paulo Cardoso Santana, sobrinho de Leonardo; e Francisco Mairlon Barros Aguiar, comparsa de Leonardo e Paulo.