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Dom Aparecido chegará à cidade na segunda quinzena de junho

Ele passa a ser chamado, é o terceiro designado a ajudar o arcebispo, dom Sérgio da Rocha, nas atividades da arquidiocese

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O Vaticano divulgou ontem a primeira nomeação do papa Francisco relacionada à Igreja de Brasília. Pela manhã, a Sala de Imprensa da Santa Sé anunciou o monsenhor José Aparecido Gonçalves de Almeida, de 52 anos, como bispo auxiliar da capital federal. O escolhido vive em Roma desde 1990 e deve assumir o cargo no fim de junho.

Dom Aparecido, como passa a ser chamado, é o terceiro designado a ajudar o arcebispo, dom Sérgio da Rocha, nas atividades da arquidiocese. Também são bispos auxiliares de Brasília os religiosos dom Leonardo Ulrich Steiner (desde setembro de 2011) e dom Valdir Mamede (desde fevereiro de 2013), ambos nomeados pelo então papa Bento XVI.

A nomeação atende um pedido do próprio dom Sérgio, que solicitou à Santa Sé mais apoio no comando de um rebanho considerado grande ; são 135 paróquias e cerca de 400 padres ; e complexo. Dom João Braz de Aviz, o antecessor, conduziu a Igreja de Brasília durante quase sete anos sem bispos auxiliares.

Quando e como o senhor recebeu a notícia?
Em 24 de abril, fui chamado pelo cardeal prefeito da Congregação para os Bispos, Marc Ouellet, que fez uma longa introdução ao assunto, antes de dizer que o santo padre acabara de me nomear bispo auxiliar de Brasília, na certeza de que eu aceitaria. Eu fui pego de supetão. Fiquei trêmulo e emocionado, sem muito saber o que falar. Tivemos uma conversa amena e agradável e, no dia seguinte, depois de falar com meu confessor e rezar, aceitei.

O senhor está há duas décadas no Vaticano. Como é voltar ao Brasil depois de tanto tempo?
No Vaticano, são 19 anos. Antes, fiquei quatro anos estudando direito canônico em Roma. Era um sonho voltar para o meu país, mas, ao mesmo tempo, fico com uma dor de deixar minha segunda terra, um ambiente em que a gente vive as alegrias e as esperanças da Igreja do mundo inteiro.

[SAIBAMAIS]O senhor conhece Brasília? Quais serão os primeiros desafios?
O primeiro será conhecer a geografia da cidade. Visitei Brasília algumas vezes. Da realidade pastoral, não conheço muito. Só sei que se trata de uma arquidiocese que se preocupa muito com a formação pastoral e espiritual dos leigos. Quero ajudar a dom Sérgio e diminuir o peso da responsabilidade. Tudo o que eu puder fazer para servir bem o povo de Brasília eu farei.

Que avaliação o senhor faz deste primeiro momento do pontificado de Francisco?
O papa Francisco surpreendeu pela simpatia própria dos missionários. Ele não tem medo de falar de temas difíceis. E a gente o escuta com gosto, se sente amado por ele. Estatísticas mostram que, na Itália, a partir da pregação constante do papa sobre a misericórdia de Deus, o número de confissões cresceu 35% no país. O papa também tem projetos de reestruturação da Cúria Romana, que ele vai fazer calmamente. Algumas pessoas ficam assustadas, preocupadas. Eu estou entusiasmado.

Que mensagem inicial o senhor deixa para os brasilienses?
Nossa missão é ser pastor para os católicos e estar aberto a todas as pessoas de boa vontade, para que o anúncio do Evangelho não fique nas sacristias. Quando o cardeal me chamou e comunicou a nomeação do Santo Padre, fui para casa rezar. E a primeira coisa que fiz foi rezar pelo povo de Brasília, que é também o meu povo. Sou paulista, mas agora eu sou brasiliense.